Você tem uma vida sexual ativa? A resposta da maior parte dos leitores desse post deve ser “sim”. A atleta dos saltos ornamentais, Ingrid Oliveira também tem, mas foi crucificada depois de histórias exageradas sobre sua vida sexual terem vazado nas Olimpíadas do Rio, em 2016.
Depois de três anos, a atleta resolveu abrir o jogo e desabafar, por um texto publicado no Uol, sobre todo o machismo que tem vivido desde então.
Na época, Ingrid Oliveira passou a noite com o atleta Pedro Henrique Gonçalves, da canoagem. Conforme a saltadora, ela levou o rapaz para o alojamento com consentimento de sua colega e explicou que se envolver sexualmente durante as competições é algo normal no Esporte.
“Mas não foi na véspera da minha competição, nem da competição dele. Ele não passou a noite comigo. Eu não expulsei ninguém do quarto. Eu não fui expulsa da Olimpíada. Colocaram de uma forma que pareço uma desmiolada”, escreveu.
Machismo contra Ingrid Oliveira
“Colocaram rótulos, espalharam mentiras, escreveram histórias que não vivi. Tudo porque eu sou uma mulher que faz sexo”, desabafou Ingrid. O mais interessante de tudo, como relatou em seu desabafo, foi que as pessoas não dispensavam o mesmo tipo de tratamento agressivo contra Pedro.
Nas redes sociais, enquanto a chamavam de biscate, de puta e de outros nomes dos quais ela não gosta de lembrar, enquanto enviavam nudes para ela e perguntavam quanto ela cobraria pelo programa; a pessoas elogiam o atleta e o chamavam de garanhão.
Mas, as ofensas pessoais não foram as únicas retalhações que Ingrid de Oliveira sofreu sobre o caso. Sua vida pessoal e profissional também foram prejudicadas. Marcas não quiseram mais fechar com ela e as pessoas tinham preconceito, a tratando como a menina “que faz merda o tempo todo”, como ressaltou.
Nem mesmo a Bolsa Atleta Ingrid conseguiu renovar depois do ocorrido. A atleta contou que está há nove meses sem receber e vive uma situação financeira complicada.
“Sou feliz”
Mas, não é sobre autopiedade o desabafo de Ingrid Oliveira. Ela conta que foi vulgada e violentada verbalmente por fazer o que todo mundo faz.
A atleta chega a terminar o texto de forma otimista. “Sou feliz pobre, mas sou feliz. Eu sonho com uma medalha olímpica. Eu gostaria do ouro, mas tenho os pés no chão. Nas chinesas tem que jogar urucubaca. Não tem como, gente. Elas não erram. A minha expectativa é de brigar numa final. Eu, com esse salto ajustado, tenho tudo para brigar por uma medalha. E vou levar o salto, aquele da nota zero. Medo eu tenho. Mas sou guerreira.”
Inconcebível imaginar que mulheres sofram esse tipo de represália ainda nos dias de hoje por manter uma vida sexual ativa. Você não acha? Comente!
E, falando em machismo, esse outro post mostra um pouquinho do que Ingrid Oliveira e todas nós já passamos ou vamos passar algumas vezes na vida: 48 frases machistas que as mulheres costumam ouvir na vida.
Imagens: Uol, Purepeople, Fox Sports, Veja,