Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente cerca de 350 mil pessoas sofrem de depressão. Não é atoa que a doença é conhecida como o mal do século.
Não são apenas pessoas comuns e anônimas que passam pelo problema. Nomes como o do ator Brad Pitt, da modelo Gisele Bündchen, da cantora Katy Perry e do multimedalhista olímpico Michael Phelps sofrem com transtornos mentais. Todos eles alegam que a terapia aumentou suas qualidades de vida deles.
Mesmo que venha ganhando visibilidade, os transtornos mentais ainda são muito mal vistos por parte da sociedade. Ainda existe quem taxe de louco quem procura tratamento psicológico. Por mais que ainda exista muito preconceito, a terapia é essencial para quem enfrenta problemas psicológicos, não importa de que intensidade seja.
Terapia no Brasil
Uma pesquisa realizada pela empresa Market Analysis, no Brasil, entrevistou mais de 900 pessoas adultas. O resultado mostrou que apenas 2% dos brasileiros fazem terapia, mesmo resultado de uma pesquisa semelhante realizada a 16 anos atrás.
Apesar disso, o número de medicamentos para uso de quem possui problemas psicológicos vem aumentando. Entre 2010 e 2014, a venda de fármacos como antidepressivos e estabilizadores de humor aumentou 58% no país, de acordo com a companhia IMS Health.
Isso mostra uma contradição gigantesca dos tempos atuais. As pessoas querem uma solução rápida para os seus problemas, optando por remédios ao invés de terapia. Isso por que a terapia exige uma quantidade de tempo bem maior para apresentar efeito.
O que as pessoas não sabem, é que a terapia pode ajudar, muito mais do que pensam. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, até 75% dos pacientes com algum distúrbio apresentam melhoras após as sessões de terapia.
“Após a superação do sofrimento psíquico, observamos uma diminuição da atividade da amígdala, região responsável pelo controle sensorial e emocional, e um aumento de processos nervosos no córtex pré-frontal, relacionado à racionalidade e aos significados”, destrincha o psicólogo Julio Peres, autor de uma série de estudos na Universidade de São Paulo (USP).
A terapia
Terapia está longe de ser um bate papo comum. Aquela pessoa que, na maioria dos casos, te verá durante uma hora, uma vez por semana (varia de caso para caso), possui uma especialização e bagagem para ajudar da melhor forma possível. O objetivo é auxiliar o paciente a refletir e identificar as origens de um sofrimento para, a partir daí, estabelecer as maneiras de vencê-lo.
“A diferença é que, ao contrário do aconselhamento de um familiar ou de um amigo, nós criamos uma relação profissional e estabelecemos os alvos terapêuticos”, esclarece o psicólogo Wilson Vieira Melo, presidente eleito da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas.
Acontece que identificar sinais de um problema sozinho não é algo fácil. Na maior parte das vezes a tendencia é pensar que é só uma fase e que vai passar. Uma tristeza e problemas interiores que se prolongam por muito tempo não costumam ser problemas normais, do cotidiano, e demandam ajuda de um especialistas.
Terapia para…
A terapia é indicada para doenças de média ou alta complexidade e duração. Alguns exemplos são a depressão, o transtorno de ansiedade generalizada, o autismo, a bipolaridade e as dependências. Ela também funciona para queixas pontuais e limitadas, caso de superação de traumas, lutos, perdas de emprego ou términos de relacionamento amoroso.
Há ainda quem busque um psicoterapeuta para se conhecer melhor ou aprimorar o desempenho, seja na escola ou no trabalho. Mas, para que tudo isso funcione, é preciso saber eleger o profissional ideal.
Primeiramente é preciso verificar se aquele especialista está cadastrado e não enfrenta processos no Conselho Federal de Psicologia ou na Associação Brasileira de Psiquiatria. Essas entidades, e suas representantes estaduais e regionais, mantêm registros disponíveis na internet para qualquer um acessar.
“Outra saída é procurar indicações com familiares ou amigos que já passaram por experiências anteriores”, sugere o psicólogo Hélio Roberto Deliberador, supervisor da Clínica-Escola de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Quando acaba?
O senso comum afirma que as terapias não acabam nunca, mas não é verdade. Para que as coisas funcionem direito, será estabelecido um processo com início, meio e fim.
“Essa é uma questão (a alta) que vai depender da conclusão das metas e da estabilização do quadro que motivou o tratamento”, informa o psicólogo Leandro Fernandes Malloy-Diniz da Universidade Federal de Minas Gerais.
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Fonte: Saúde
Imagem: Corpo fluído Psico Plus Estadão Comunhão Psicóloga Karol Duarte