Brigitte Bardot é uma ativista francesa, famosa por chocar a sociedade em sua juventude. Modelo, atriz e cantora, a talentosa artista Brigitte Anne-Marie Bardot ousou ao ponto de se tornar um ícone sexual e, sobretudo, questionar e confundir o sistema conservador de muitas pessoas, nos anos 1950 e 1960.
Sua fama conseguiu ir muito além dos lugares distantes de sua origem. No Brasil, a musa foi inspiração de cantores e compositores, como, por exemplo Tom Zé, que homenageou-a com a música intitulada por seu próprio nome, em seu álbum Todos os Olhos.
Também conhecida pela abreviação B.B, a atriz surgiu como uma surpresa inesperada no filme E Deus Criou a Mulher (1956), dirigido por Roger Vadim. A sua aparição na telona veio como um marco na história do cinema e, além disso, contribui para a formação de sua personalidade forte, perspicaz e desconstruidora.
Origem de Brigitte Bardot
Nascida em Paris, no dia 28 de setembro de 1934, mais especificamente no apartamento de Place Violet, no 15º andar, Brigitte Bardot teve uma infância e adolescência bem confortáveis.
No entanto, todo esse luxo veio carregado de exigências rigorosas do pai, Louis Bardot, em relação ao comportamento da filha. Bem como a sua mãe, Anne-Marie Mucel, que também herdou o pensamento engessado da época, tornando-se muito controladora com Brigitte na escolha de seus parceiros.
A alma livre de Brigitte Bardor não se prendeu às amarras familiares. A princípio, seu primeiro interesse artístico veio com a dança, inspirada em sua mãe, que já havia se dedicado a essa arte. Portanto, ainda pequena, aos sete anos, começou seus estudos na escola de dança Cours Hattemer.
Início da carreira
Após três anos se dedicando à dança, a atriz passou a trabalhar como modelo. Bem como esperado, o mercado se surpreendeu com sua beleza e, já aos 15 ano de idade, em 1949, foi capa da revista Elle Francesa.
Graças ao seu trabalho de modelagem, Roger Vadim se interessou pelo perfil de Brigitte Bardot. Convidada a um teste, a então modelo teve sua primeira estréia no cinema, mas foi em 1956, no filme Deus Criou a Mulher, que teve, enfim, sua ascensão na mídia.
As cenas sensuais do filme foram o estopim para um verdadeiro furacão de reações na população conservadora. Afinal, todas as suas ações e posturas, pessoais e no cinema, estavam além de sua época. Isso influenciou, sobretudo, todos os âmbitos da sua vida. Do mesmo modo, suas ações tornaram-se símbolo de sensualidade.
Mulher a frente do tempo
A liberdade vivida por Brigitte Bardot gerou raiva, principalmente em seu pai. Na estréia de B.B no cinema, no filme Le Trou normand (1952), Louis Bardot não aguentou e tentou acionar a justiça para impedir que as imagens da filha se tornassem públicas. Isso porque a atriz aparecia de biquíni em cena.
Além da polêmica familiar, a musa tinha relacionamentos conturbados com os homens. Com isso, ao mesmo tempo que ela aparecia com um parceiro, logo se enjoava e trocava de companhia. O comportamento era completamente fora do eixo, ainda mais para os anos de 1950 e 1960.
Seu primeira relação matrimonial veio a acontecer em 1952, com Roger Vadim, logo após conhecer o diretor. O matrimônio durou até 1957 e, após o fim da relação, Brigitte e Vadim continuaram amigos. O seu segundo casamento foi com o ator e comediante Jacques Charrier.
Primeiro filho
A princípio, um dos fatos mais polêmicos de Brigitte Bardout é que ela nunca desejou ser mãe. A decisão de ter um filho foi fruto do convencimento dos pais de Jacques Charrier. Mas, como esperado, a gestação não foi nada bem-vinda na vida da atriz.
Já haviam resquícios de tentativas suicidas em sua história de vida. A segunda, portanto, foi quando descobriu que estava grávida. A vaidade, sobretudo em relação ao seu trabalho e à fama, estavam no topo de seus interesses. Se olhar no espelho se tornou, afinal, o maior dos seus tormentos.
Logo depois, Brigitte deu à luz a Nicolas-Jacques Charrier. A atriz não conseguiu estabelecer uma boa relação com a criança, e acabou se divorciando do marido. Ele assumiu a guarda da criança e ela acabou dando continuidade a sua carreira profissional.
Últimos casamentos
Por fim, em 1966, Brigitte se casou com o bilionário Gunter Sachs. Apaixonado pela artista, logo depois de conhecê-la, o ricaço fez questão de mandar um helicóptero cheio de rosas até a casa da moledo e despejou-as como uma prova de amor. É, ou não, uma baita ostentação?
Três anos depois, sua relação chegou ao fim. Com isso, veio seu último casamento, com Bernard d’Ormale, em 1992. Há boatos de que, entre uma relação e outra, a modelo se relacionou com mais de 100 homens.
Brigitte Bardout em Búzios, no Brasil
Em 1964, presa à sua própria fama e cansada da vida pública, a atriz resolveu ir para Búzios e fugir dos assédios dos paparazzis na Europa. A decisão foi muito importante para a história da cidade. A princípio, o local não era muito conhecido, mas a presença de Bardout trouxe olhares do mundo inteiro.
A principal atração turística da cidade é a estátua construída em sua homenagem, que recebeu o nome de Orla Bardot. De antemão, os 4 meses de estadia da atriz foram o suficiente para que Búzios se transformasse economicamente em pólo turístico no Brasil.
Participação cinematográfica
É claro que toda esse fama não veio do nada. Apesar dos holofotes focarem bastante em sua vida pessoal, Brigitte Bardout atuou em mais de 50 filmes durante a sua carreira. Dentre eles, foi indicada ao Oscar e também ganhou premiações como melhor atriz.
Nesse ínterim, seja dançando sobre a mesa, ou aparecendo nua em suas atuações, o mais chocante dos marcos da sua história foi o seu primeiro beijo lésbico, em 1973. O filme em que protagonizou o beijo foi Se Don Juan Fosse Mulher, também de direção de Roger Vadim.
E, se tratando de filmes, segue uma lista de suas principais atuações, para você buscar e assistir. Prepare-se, cada um é mais chocante que o outro.
“E Deus Criou a Mulher” (1956)
A atriz interpreta em “E Deus Criou a Mulher” a jovem Juliete. A personagem é uma mulher com comportamentos liberais que é cobiçada pelo bilionário Eric. A surpresa é que, ao contrário do óbvio, Juliete se apaixona por Antoine, outro rapaz de classe inferior.
Assim como na vida real, a personagem principal é vista como um objeto de desejo sexual pelos homens. Órfã de pai e mãe, ela se casa com o irmão de Antonie para, enfim, fugir do orfanato.
“Amar é a Minha Profissão” (1958)
Sua atuação foi dedicada a uma prostituta neste filme. Antes de mais nada, a realidade da obra é completamente fora de órbita para o século. O enredo do filme se desenvolve com a tentativa de sedução da garota de programa por Jean Gabin, um defensor público.
Essa obra cinematográfica ganhou represálias da igreja católica. Em um período pós-guerra, a atriz foi intitulada com a mulher mais livre após o conflito. Da mesma forma, o filme expressa mais um exemplo do seu modo de vida.
“A Verdade” (1960)
O drama foi lançado em 1960, com a atuação de Brigitte Bardot e direção de Henri-Georges Clouzot. Nele, a atriz interpreta Dominique, uma jovem arrebatadora que é acusada prlo assassinato do seu ex-marido.
Portanto, mais uma vez a moralidade e os padrões de comportamento são extravasados em sua atuação. A representação é, por fim, também uma autobiografia dos comportamentos da vida da atriz.
“O Desprezo” (1963)
Este filme conta a história de um roteirista que recebe uma proposta de trabalho por 10 mil dólares. A esposa é o papel de Brigitte Bardot, que acredita ter sido arrebatada pelo produtor do marido. No entanto, a descoberta provoca o fim da relação dos dois.
“Viva Maria!” (1965)
Duas mulheres circenses vivem aventuras em uma comédia vivida pelas atrizes Jeanne Moreau e Brigitte Bardot. As duas inventam um número musical de strip-tease. Ambas as Marias estão em um país imaginário da América Latina e, por fim, acabam se envolvendo na luta contra a ditadura.
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Fontes: A Grande Ilusão, Itau Cinemas, Viaje Comigo, Fabiosa, 50 Anos de Textos, BBC, Wikipedia, G1, O Dia, Exame,Uol Educação, G1 2, Aventuras na História, Diário de Pernambuco,
Imagens: Karsh, Estadão, Sol, Notícias Bol, Pixabay, Pinterest, Paris Match, Notícias Band, Mercado Livre, Pinterest 2, Janeisa Tomás, TV5Monde