A incidência do câncer de mama é muito alta no Brasil e no mundo. Basicamente, dados apontam que uma em cada 10 ou 8 mulheres correm o risco de ter câncer de mama ao longo da vida.
E, quando se trata de idades mais avançadas – acima dos 50 anos, por exemplo -, é comum o relato da doença em 80% dos casos. Porém, em idades mais jovens, a doença tende a ser ainda mais agressiva.
Hoje em dia, tratar do câncer de mama não é mais um “tabu”. Mas, porque em certas idades essa doença é tão agressiva?
De forma geral, isso acontece porque em mulheres com menos de 40 anos, o câncer de mama pode ter a mutação genética como fator de risco.
Câncer de mama x genética
Por exemplo, mulheres com familiares portadoras de mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 têm mais chances de desenvolver a doença. Esses, aliás, são os genes supressores de tumor.
Mas, claro, todas as familiares de alguém que tenha essa característica, necessariamente, herdam a mutação genética. Contudo, as mulheres que têm esses genes correm risco maior de desenvolver câncer de mama.
Logo, a alta densidade mamária em pacientes mais jovens é o fator preocupante para a incidência da doença. Isso, aliás, colabora para o diagnóstico em estágio avançado.
Câncer de Mama: Prevenção constante
Basicamente, prevenção constante é a palavra chave para qualquer mulher. A propósito, o diagnóstico precoce é a regra quando o assunto é câncer de mama.
A Sociedade Brasileira de Mastologia, aconselha que o acompanhamento com Mamografia comece a partir dos 40 anos de idade. E isso vale para as mulheres de forma geral.
Por outro lado, quando se trata de pacientes de Alto Risco, os exames devem começar ainda mais cedo. Inclusive, dependendo do risco e do história familiar, é preciso iniciar a Mamografia e a Ressonância das mamas por volta dos 30 anos.
Acima dos 50 anos, o risco cresce mais e, inclusive, é a partir dessa faixa etária que surgem 80% dos casos. Principalmente em mulheres que nunca realizaram a prevenção antes.
Em outros 7%, a doença é diagnosticada em mulheres com menos de 40 anos. Outros casos são registrados em fases diversas e somam 13%.
Toda forma de prevenção ainda é pouca, pois não existe uma causa conhecida para o desenvolvimento da maioria dos cânceres de mama. No entanto algumas ações visam diminuir os riscos:
- Restringir o consumo de álcool e manter a manutenção de um peso corporal ideal;
- Amamentar! Mulheres que amamentam por mais de seis meses têm menos chances de desenvolver o câncer, pois essa proteção natural substitui o tecido glandular por gordura nas mamas;
- Praticar atividade física. Além do câncer de mama, uma série de doenças podem ter o risco de ocorrência diminuído quando se exercita o corpo;
- Alimentar-se de forma saudável. A alimentação nutritiva e balanceada é a grande aliada do exercício físico.
Como identificar o câncer de mama
Não existem regras específicas para realizar o autoexame ou popularmente conhecido toque. Basta se atentar ao reconhecimento de pequenas alterações nas mamas, tais como:
- Caroço, um nódulo fixo e, normalmente, indolor;
- Pele da mama com aparência semelhante a casca de laranja, avermelhada ou retraída;
- Pequenos caroços na região das axilas ou no pescoço;
- Alterações no mamilo;
- Saída espontânea de líquido dos mamilos.
Em seu estágio inicial a doença não apresenta sintomas, por isso é importante realizar esse procedimento sempre que possível, seja na hora do banho, troca de roupa ou em qualquer momento adequado para tal.
Se você identificar alguma dessas características, é importante procurar ajuda médica o mais rápido possível.
O risco de ser um câncer de mama pode ser alto, e realizar exames pode ajudar no diagnóstico precoce e gerar melhores resultados com o tratamento. Seu médico poderá recomendar para o diagnóstico exames como:
- Mamografia, utilizando um aparelho chamado mamógrafo pode-se identificar lesões benignas e nódulos cancerígenos imperceptíveis em exames clínicos ou no autoexame.
- Ultrassom ou ressonância magnética.
Câncer de mama: Dicas essenciais para realização de exames
Durante a mamografia, algumas mulheres podem sentir desconforto ou dor, que geralmente não impedem a realização do exame.
Esses incômodos são pequenos e passageiros diante da importância da mamografia para a saúde. Então não se preocupe porque dará tudo certo.
Confira algumas dicas:
- Evite agendar o exame logo antes ou depois da menstruação. O ideal é durante a segunda e terceira semanas do ciclo menstrual, pois neste período há menor densidade do tecido glandular das mamas, tornando o exame mais detalhado e com menor desconforto.
- No dia do exame, prefira roupas que possam ser facilmente retiradas e vestidas. O ideal é usar duas peças, com uma camisa abotoada.
- Fale com seu o médico caso apresente rigidez muscular, dificuldade para levantar os braços ou outros problemas que possam dificultar a posição correta no aparelho.
- O uso de próteses de silicone também deve ser informado ao médico.
- O profissional que a atender irá posicioná-la corretamente no mamógrafo. O exame é rápido e você deve se sentir confortável.
- Se houver indicação clínica, grávidas também podem ser submetidas à mamografia. Neste caso, é utilizado um avental de chumbo para proteger o feto.
Curiosidade: Reconstrução mamária é possível pelo SUS
O médico Luiz Humberto Garcia de Souza cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica na regional Goiás (SBCP-GO), em entrevista ao jornal O HOJE, considerou que uma mulher que chega a perder a mama, em geral enfrenta problemas de efeito psicológico extremos.
O fator é tão importante para elas, que em grandes hospitais, os principais do País, o Sistema Único de Saúde (SUS), cobre a operação de reconstrução mamária.
Para Souza a não realização de exames e a falta de cultura na prática de se auto-examinar, principalmente com idades a partir de 30 anos, são os principais problemas de quem se depara com o câncer de mama.
Com pacientes em que o neoplasma maligno é identificado, os profissionais médicos além da cirurgia, realizam a reconstrução da mamaria.
“Utilizamos para isso prótese ou material da própria pessoa, em cada caso realizamos uma reconstrução diferente”, conclui o profissional ao Jornal.
E, falando no autocuidado e na importância da prevenção, confira ainda: Outubro Rosa: o que é, como surgiu e por que é tão importante?
Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia, Claudia, Jornal O hoje, R7 Saúde.
Imagens: Mensagem com amor, Socientífica, UNB, El País, Vix