O que você faria se fosse traída? Essa é uma pergunta difícil de se responder, embora assombre, lá no íntimo, boa parte das mulheres compromissadas pelo mundo. Isso porque descobrir que seu parceiro ou parceira de vida tem um (a) amante não deve ser nada agradável.
Claro que muitos casais conseguem superar o problema e se mantém juntos de alguma forma. Outros, no entanto, perdem a ligação devido ao desrespeito e se dissolvem quando descobrem que um dos dois tem um amante.
Foi exatamente esse segundo caso, da separação, que aconteceu com a escritora australiana Carlie Maree. Um certo dia, ela descobriu que o marido a atraía, e ficou sabendo de tudo de uma forna nada agradável: por meio de um email enviado pela amante do marido.
No relato, a mulher conta que durante um ano inteiro viveu um romance quente com o marido de Carlie. Enquanto ela pensava que ele estava no trabalho, o homem e a amante estavam em hotéis, sem pensar nas consequências que o relacionamento entre os dois trariam.
No entanto, o email cheio de detalhes dessa relação furtiva entre dos dois foi enviado depois de que o romance acabou e o homem voltou a acreditar em seu casamento. Abandonada e cheia de sede de vingança, a amante deu um “empurrãozinho” para que o casamento da escritora se dissolvesse de vez.
Carlie não conseguiu mais ficar casada, se separou e tocou sua vida. Um ano depois, no entanto, para superar de vez a traição e garantir que nada sobre esse período ficaria mal acabado, ela escreveu e publicou uma carta aberta para o amante do marido, a perdoando por seu ato impensado e contando que ela, por mais que tivesse tentando, não havia destruído sua vontade de viver.
Leia, na íntegra, a carta escrita por Carlie à amante do marido:
“A melhor amiga da minha filha tem o mesmo nome que o seu, ou seja, é um nome que eu escuto com frequência. Eu ficava abalada ao ouvir o seu nome. Ela é uma garota doce, no entanto. Toda vez que eu escuto minha filha falando do quanto ela se diverte com ela, eu preciso admitir que fico grata por ela estar falando da amiguinha, e não de você.
Há um ano você apertou ‘enviar’ num e-mail que teve um efeito monumental na vida de diversas pessoas. Minha, na do meu marido, na da minha filha, dos nossos pais e familiares, dos nossos amigos. Eu costumo pensar no que estava passando pela sua mente naquele momento, o quanto este e-mail foi uma vingança contra um homem que partiu seu coração e no quanto você teria pensado em fazer a coisa certa pela esposa dele. O nível de detalhes que você relatou na mensagem… Ela parece ter sido escrita para causar dor. Você sabia o que uma esposa precisaria ouvir para chegar ao ponto em que ela não voltaria para o casamento. E você disse tudo, palavra por palavra.
Eu me pergunto o quanto você sabia sobre mim. Eu sei que você me procurou na internet, leu meu blog, viu as minhas fotos. Eu me pergunto se você sabia que eu estaria no trabalho no momento em que recebi o e-mail, com o título enigmático de ‘seu marido’. Sim, é isso que ela era e, tecnicamente, ainda é neste ponto, meu marido. Eu imagino se você se refere a ele como seu ex-namorado. É bizarro imaginar que um homem que eu conheço tão intimamente tivesse outra pessoa importante em sua vida que eu não conhecesse.
E, honestamente, eu não sabia. Eu provavelmente deveria saber. Eu definitivamente perguntei para ele, mas, no fundo, eu jamais imaginei que isso poderia acontecer conosco. Nós éramos sólidos como rocha, eu e ele. Eu realmente acreditei nisso. Nós tínhamos um bebê de seis meses de idade e ele estava sempre no trabalho. É claro que tudo era difícil e nós não estávamos conectados como antes, mas eu precisava que ele estivesse por perto, até ficar mais fácil. Ele teria ficado, eu acho, se você não tivesse aparecido naquele momento.
Eu não estou interessada em apontar dedos e eu não me vejo como uma pessoa capaz de sentir ódio. Eu não me importo de quem é a ‘culpa’. Eu realmente acredito que tudo acontece por um motivo e que há lições que precisamos aprender. Eu posso imaginar o que esse caso representou para você, vivendo numa cidade pequena. Uma noite, um rapaz bonito entra no bar para um drinque. Ele pode ser engraçado e charmoso, meu marido. Eu posso imaginar como você se apaixonaria por ele. Toda noite que ele entrava no bar ele contaria como é difícil ter um bebê em casa, como ele não estava recebendo muita atenção. Tudo o que você precisava fazer é ouvir, lhe dar o que ele dizia que eu não era e, fácil assim, ele seria seu. Eu entendo, eu me apaixonei por ele num bar também.
Às vezes, eu me pergunto o quanto disso era ele tentando encontrar o que ele perdeu em mim. Eu já fui uma mulher loira numa minissaia atrás de um bar no endereço favorito dele. Dez anos depois, eu era a mãe na calça de ioga com raízes brancas e olheiras por ficar acordada à noite inteira com um bebê doente. Ele deveria amar essa versão minha também. E ele amou, mas ele sentiu falta da garota que não tinha nada além de tempo para dedicar a ele. E foi isso que você entregou.
Eu estou satisfeita, de certa forma. Eu me senti mal por ele passar todas essas noites sozinho num hotel, longe da família. Mas ele não estava sozinho. Ele estava com você. Ele passou o aniversário dele com você. Você o confortou quando ele precisou sacrificar o nosso amado cachorro de estimação. Eu amo este homem e fico feliz que ele possa ter encontrado amor nestes momentos, apesar de não ser da fonte que eu gostaria que ele tivesse encontrado.
Como o velho clichê, eu acreditei que ele me deixaria por você. Mas ele não deixou. Ele a deixou na mão. Nossa filha ficou mais velha, parou de amamentar e começou a dormir. Ele voltou a ver a mulher pela qual ele se apaixonou anos atrás. Ele queria que desse certo, com a sua esposa, com a sua família. Eu aposto que ele machucou você. Você tinha uma escolha. Você poderia deixá-lo seguir em frente e dar uma chance para o casamento, ou você poderia tirar tudo dele. Você escolheu a segunda opção.
Nós tentamos encaixar as peças, mas não deu certo. Era diferente. Foram os pequenos detalhes que terminaram com tudo. Aquelas palavras e imagens bordadas na minha mente. Eu acho que você sabia o que elas fariam. Nós dois estamos bem agora, no entanto, eu e ele. Na verdade, nós estamos mais próximos do que nunca. Nós aprendemos tanto sobre nós mesmos durante o processo. Apesar de termos seguido em frente, nós ainda amamos e respeitamos um ao outro, o que é um efeito positivo para a nossa filha. Ninguém jamais quebrará isso.
Eu espero que você tenha seguido com a sua vida também. Eu espero que você tenha aprendido com essa situação e que você possa encontrar paz consigo mesma, assim como eu consegui”.
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Fonte: Bolsa de Mulher, Metro