Durante muito tempo, a sociedade enxergou apenas um modelo de relacionamento como certo e normal: a monogamia. Mas hoje em dia os tempos são outros, as pessoas estão mais abertas e dispostas a tentar novas formas de se relacionar, e aí que entra o relacionamento aberto.
Esse tipo de relação é caracterizada pela não-monogamia, ou seja, as relações românticas ou sexuais com outras pessoas não é considerada traição ou infidelidade. Porém, apesar de cada vez mais comum, relacionamento aberto ainda é um tema que causa bastante tabu e faz muita gente revirar os olhos. Afinal, como eu posso deixar meu parceiro se relacionar com outras pessoas tendo um vínculo comigo?
Mas o relacionamento aberto é bem mais que isso, e demanda um consenso entre o casal e tem suas regras, essas que devem ser definidas de acordo com os desejos e intenções dos dois. Não tem uma fórmula mágica para um relacionamento monogâmico dar certo, assim como não tem para o relacionamento aberto.
Enfim, a seguir vamos entender melhor o que é e como funciona esse tipo de relacionamento considerado muito moderno para alguns.
O que é um relacionamento aberto?
Basicamente, um relacionamento aberto é quando duas pessoas, até então em uma relação monogâmica, decidem em consenso explorar a não-monogamia. Ou seja, se relacionar sexual ou romanticamente com outras pessoas, mantendo o namoro ou casamento normalmente.
A terapeuta Ana Vitória Lascala, para o site Dicas de Mulher define como: “relacionamento aberto é aquele em que você não tem exclusividade do ponto de vista sexual e não afetivo”.
No entanto, isso pode significar várias coisas, já que existem diferentes formas de relacionamentos abertos. Por exemplo, pode significar a inclusão de novos parceiros sexuais na relação, sendo juntos ou separados. E em alguns casos, pode resultar até no desenvolvimento de relacionamentos românticos além do oficial.
Mas é claro, no relacionamento aberto existem regras que delimitam o que é ou não traição, e o que é ou não permitido ou aceitado.
Aliás, apesar de ser um assunto mais em pauta nos dias de hoje, o conceito de relacionamento aberto já existe e é reconhecido desde a década de 1970. Então não, não é algo tão moderno quanto parece.
Tipos de relacionamento aberto
Assim como tudo que envolve a diversidade humana, é difícil encontrar um consenso, e no caso do relacionamento aberto isso é ainda mais complexo e relativo. No entanto, de modo geral, existem basicamente três tipos principais de relacionamentos abertos:
1. Relações com múltiplos parceiros
Nesse caso, o relacionamento aberto em uma acordo mútuo de liberdade entre o casal permite que os dois envolvidos possam ter relações com vários parceiros. Desse modo, é possível que um ou ambos tenham e mantenha uma relação estável com mais de uma pessoa.
Nesse caso pode incluir-se também o poliamor, que é quando se tem uma relação íntima com diferentes pessoas simultaneamente.
2. Relacionamentos híbridos
Já os relacionamento aberto híbrido é ainda um pouco mais controverso. Visto que nesse modelo de relação apenas um dos parceiros é monogâmico, enquanto o outro tem a liberdade para se relacionar com outras pessoas. Mas novamente, lembrando que o relacionamento aberto envolve um comum acordo entre as partes.
3. Swing
Por fim, temos o swing que na verdade é bem comum. O swing ou troca de casais como também é conhecido, consiste em um relacionamento sexual entre dois casais que praticam sexo grupal como atividade recreativa. Para muitos, o swing chega a ser um estilo de vida para muitas casais como forma de realizar suas fantasias sexuais e diversificar a relação.
O que não é um relacionamento aberto?
Muitas pessoas podem encarar o fato de uma relação envolver diversos parceiros sexuais como algo banal e bagunçado. Mas não é assim que funciona um relacionamento aberto.
Segundo explica a psicóloga Silvana Bernardo ao Dicas de Mulheres, “em um relacionamento aberto há compromissos relativos que são pré-estabelecidos pelo casal, lembrando sempre que o envolvimento com terceiros é algo que ocorre fisicamente falando. Ou seja, os dois devem concordar com isso e se envolver com outras pessoas deve respeitar a rotina daquele casal”, ou seja, esse tipo de relacionamento também tem suas normas e regras.
Então, não se trata de desapego total, afinal, as partes envolvidas também contam com a exclusividade afetiva, dependendo do modelo de relacionamento. Por isso, é muito importante antes de adentrar um relacionamento desse tipo, se você consegue separar o sexo do amor. Isso é fundamental entre ambas as partes e também os terceiros que eventualmente se envolvam com alguém em um relacionamento aberto.
Relacionamento aberto é para todo mundo?
Sim e não. Afinal, qualquer um que esteja disposto a ressiginifcar o que é o amor, afetividade e sexo, pode sim viver um relacionamento aberto. No entanto, nem todo mundo está pronto para essa mudança tão drástica visto que fomos criados em uma sociedade majoritariamente monogâmica.
Para isso é preciso estar certo da sua escolha, se libertado do olhar julgador e as opiniões dos outros. Assim como várias outras coisas na vida, nem todo mundo vai aprovar ou entender o seu jeito de viver o seu relacionamento. Sendo assim, a decisão é única e exclusiva sua e de seu parceiro. Então, se os dois estão de acordo, por que não?
Aliás, a ideia de abrir o relacionamento pode ser muito boa tanto para casais novos como parceiros de longa data. Contando que haja respeito e confiança, é possível experimentar a liberdade sexual sem a pressão da possessividade, do ciúme e da traição.
Como fazer dar certo?
Enfim, estar e viver um relacionamento aberto pode ser um processo de autodescoberta. Sendo assim, é fundamental que haja diálogo e comunicação entre o casal constantemente. Até porque não há uma regra ou um caminho certo para seguir que garanta que o relacionamento dará certo. Além de que cada casal cria suas próprias regras exclusiva.
Contudo, há algumas dicas que podem fazer toda a diferença e ajudam que a relação seja bem-sucedida nesse modelo.
1. Acordo mútuo
Isso é o básico, e por mais óbvio que seja, na prática não é tão simples quanto parece. Isso porque algumas pessoas podem até topar a ideia mesmo sem querer apenas para agradar o parceiro, e isso é a receita para dar errado. Então é fundamental que os dois estejam na mesma página e queiram e estejam confortável com a abertura do relacionamento.
2. Cartas na mesa
Impossível ter um relacionamento aberto ou não sem sinceridade e verdade. No caso do relacionamento aberto é tipo impossível garantir que as outras pessoas saibam bem delimitar o sexo da afetividade. Então, é fundamental que haja sinceridade entre todas as partes envolvidas, o casal e os terceiros, afim de não gerar grandes expectativas na outra pessoa.
3. Não esconda nada
Um dos grandes diferenciais do relacionamento aberto em relação ao monogâmico é sobre a liberdade de falar sobre seus desejos, atrações, ciúmes e outros sentimentos. Enquanto no relacionamento “fechado” isso é praticamente impossível, no aberto é uma regra para funcionar. As duas partes devem ser sempre honestas sobre essas questões.
4. Definir quem pode e quem não pode
Isso pode parecer um tanto quanto ultrapassado, mas quem vive um relacionamento aberto eventualmente descobrirá que é importante definir quem pode ou não adentrar o seu relacionamento.
Há casos em que os envolvidos preferem não saber com quem seus parceiros se envolvem, e outros fazem questão de saber de tudo. Isso é variável e cada casal determinar suas regras quanto a isso.
No entanto, é preciso delimitar algumas regras, como por exemplo, não ficar com pessoas do convívio do casal. Mas isso vai de casal para casal e claro, pode ser conversado e alterado conforme fique bom para ambos os envolvidos.
5. Segurança em primeiro lugar
Não é por causa do modelo de relacionamento que por envolver outros parceiros pode te deixar mais exposto a doenças sexualmente transmissíveis ou uma gravidez indesejada. A segurança é fundamental para manter a saúde do casal e também dos outros envolvidos.
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Fontes: Dicas de Mulher Vittude
