Não dá saudade ao lembrar dos nossos 13/14 anos, quando fazíamos aquela rodinha de meninas no fundo da sala para fazer os testes da revista capricho, ler as entrevistas das nossas celebridades favoritas e trocar os posters com as amigas? Aquela adolescência sem google que nos obrigava a recorrer às matérias de revista para achar dicas de como se sair bem no primeiro beijo, ou o que vestir quando for sair com “paquera”.
Quem é que nunca tentou colocar em prática uma daquelas 27 dicas para conquistar o garoto dos sonhos? Ou acreditou de todo o coração que as previsões do horóscopo eram verdadeiras?
E foi recordando tudo isso que deu aquele aperto no coração quando a Editora Abril o anunciou o fim da revista capricho no dia 02 de junho de 2015, após mais de 60 anos de existência. Por isso, antes de mais nada, nós do Área de Mulher trouxemos para você tudo sobre essa revista que conquistou o Brasil e já virou até tema de artigo científico.
História da Revista Capricho
A revista Capricho foi criada no dia 18 de junho de 1962 pelo jornalista Victor Civita, um dos fundadores da Editora Abril. E foi a primeira revista voltada, exclusivamente, para o público feminino no Brasil. Mas nem sempre seu alvo foi as adolescentes. Em seus primeiros 30 anos a Capricho era uma revista de fotonovela – romances contados por fotos em formato de quadrinhos -. Mas aos poucos, começou a inserir em suas páginas assuntos referente à moda e beleza.
Década de 80
A partir de 1982 a revista muda completamente o seu foco para o público adolescente e jovem. Dessa forma, a fotonovela é cada vez mais reduzida e dá lugar aos conteúdos de moda, beleza e comportamento. Em apenas três anos, a revista se populariza ainda mais e apresenta o slogan “A revista da gatinha”, sempre trazendo modelos em suas capas.
Nesse meio tempo revista conquista ainda mais o público por, desde já, abordar sempre temas a frente de seu tempo e até mesmo polêmicos para a época. Trazendo publicações sobre autonomia feminina, como por exemplo, a matéria “filho sim, casamento não”. Nessa edição procuraram mostrar para as mulheres que elas não precisavam de um marido para terem filhos e que podiam fazer suas próprias escolhas. Além disso, também discutiam sobre a auto aceitação. Dessa forma, trouxeram uma sessão inteira protagonizada pela modelo Maria Regina para exaltar a beleza dos traços negros.
Popularização nos anos 90
Durante a década de 90 a Capricho se popularizou ainda mais. Basicamente, o sonho de qualquer modelo era aparecer estar na capa da revista. Grandes nomes bem como Gisele Bündchen e Alexandra Ambrosio, no início de suas respectivas carreiras, foram exaltadas pela Capricho.
Mas em 1996 a revista se torna quinzenal e passa a priorizar os ídolos teens para estamparem suas capas. Olha só essa capa que trouxe nosso, agora, internacional Rodrigo Santoro, juntamente com André Marques e outros astros teens.
Assim também, além deles, também tivemos Fábio Assunção e Tiago Lacerda derretendo os corações das leitoras.
Polêmicas
É claro que não podemos esquecer das mais polêmicas! Como quando a Sandy disse que, aos 16 anos, ainda era BV. Ou quando a Luana Piovani causou porque fez um ensaio segurando uma camisinha e falou abertamente sobre a importância do sexo seguro.
A revista também se mostrou, mais uma vez, inclusiva! Primeiramente, evidenciou ninguém menos que Thais Araujo, em seguida, discutiu e se posicionou contra o racismo.
Anos 2000
Posteriormente, nos anos 2000, a Capricho continuou abordando temas polêmicos e necessários a ser discutidos entre as adolescentes, como o aborto. Mas também não deixou de falar sobre a vida das celebridades e o universo da música e da televisão. A cantora Ivete Sangalo por exemplo, era uma das queridinhas da revista.
A fim de se tornar mais moderna e atrair um público ainda maior, a Capricho muda seu design gráfico e editorial. Dessa forma começa a investir em conteúdos digitais e exclusivos para a internet, além de aumentar ainda mais a sua interação com as leitoras. E assim, a revista consolidou a sua presença dentro do universo cibernético.
Expansão da Revista Capricho
Nesse meio tempo a revista começou a expandir seus investimentos produzindo materiais escolares. Também fez uma parceria com O Boticário e lançou diversos produtos cosméticos. Além disso, revista também apresentou o Capricho Awards: premiação que através dos votos das leitoras elegia as melhores personalidades do ano.
Em 2010 a revista também investiu no canal do youtube com diversas webséries com a Galera Capricho, os famosos colírios da Capricho e a Família Sampaio. Foi na revista capricho que muitas das grandes influencers do Instagram iniciaram suas carreiras, como Carol Pinheiro e Nina Secrets.
Anúncio do fim
Bem, não foi, exatamente, o fim da revista! A verdade é que no dia 02 de junho de 2015, a Editora Abril anunciou que não teríamos mais a versão impressa da Capricho. Segundo a nota publicada, a partir dali todo o conteúdo seria divulgado apenas através do portal online da revista.
O anuncio viralizou na web e causou comoção nas redes sociais. Dessa forma, diversas meninas que tiveram suas adolescências marcadas pela revista, definitivamente, compartilharam juntas o sentimento de nostalgia ao relembrar seus momentos íntimos e coletivos partilhados através da Capricho. Momentos esses, que a geração de hoje nunca terá a oportunidade de viver.
Por isso, nesse clima de lamentação, nós, do Área de Mulher, em síntese, separamos algumas das situações inesquecíveis que só quem lia a Revista Capricho viveu.
Momento Nostalgia
1. Ir na banca de jornal para comprar a revista. Para quem não assinava a revista, não tinha outra opção se não ir na banca comprar. E quando sua mãe não te dava dinheiro você ia assim mesmo e ficava lá lendo as matérias principais.
2. Colecionar edições. A geração de agora com certeza não vai saber o que é ostentar sua coleção de revistas.
3. Tirar todas as suas dúvidas sobre primeiro beijo e garotos. A Capricho era uma espécie de melhor amiga e mãe, aquela que te aconselhava e te guiava, sem julgar.
4. Levar a revista para a escola e fazer os testes com as amigas. Quem é que nunca levou uma bronca do professor por não prestar atenção nas aulas por estar cochichando com as amigas? Ou por estar distraída fazendo algum dos – muitos – testes da revista?
5. Trocar pôsteres. Lembra quando vinha o pôster de algum artista que você não era muito fã e você corria para trocar com alguém?
6. Afinal, quem é que não ficava imaginando o que compraria se tivesse dinheiro para comprar as roupas da sessão de moda.
7. E é claro, sempre ficava de olho no “certo/errado” para ter certeza que não estava pagando mico.
Em conclusão, apesar de a Revista Capricho ainda existir na internet, por outro lado, a finada versão impressa marcou e representada a adolescência de diversas gerações.
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Fontes:
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Fonte: Mega Curioso Capricho O Povo Buzzfeed
Imagem de destaque: Muzeez