Pode até parecer um assunto ultrapassado, mas o absorvente interno ainda é um tabu para muitas mulheres. Aliás, é bem comum encontrar por aí mulheres que nunca usaram esse tipo de absorvente. Claro a fama do absorvente interno, ginecologicamente falando, não é das melhores; mas muitas deixam de usar o produto por não saber colocar, por exemplo.
Basicamente, esse tipo de absorvente é bem mais prático e também possui muitas vantagens quanto o uso. Além de ser mais discreto que o absorvente comum, ele também é menos incômodo. Outra vantagem do absorvente interno é a possibilidade de entrar na água, sem riscos, mesmo durante a menstruação.
Aliás, caso você tenha interesse em saber, as vantagens também são enormes para quem opta pelo copinho coletor. Claro que esse é um assunto para um outro momento. Contudo, caso queira saber mais sobre o assunto, nós temos um post sobre isso por aqui.
No entanto, voltando ao absorvente interno; mesmo com todas suas vantagens, ele não é o mais usual no dia a dia da mulherada. Ainda surgem muitas dúvidas quanto ao modo correto de uso e se existem contraindicações.
Abaixo, como você vai ver, fizemos uma combo de informações capazes desmistificar esse assunto.
Como usar o absorvente interno?
1. Primeiramente, para introduzi-lo, o melhor jeito é você ficar em pé. Ficar com uma perna flexionada e o pé apoiado no vaso sanitário, por exemplo, costuma ajudar muito.
Porém, caso essa posição não te deixe confortável, o melhor jeito é você ir testando. Encontrar sua posição mais confortável é o ideal, e vai garantir que o absorvente interno seja introduzido corretamente. Vale ressaltar que ele também pode ser inserido com você deitada, com as pernas flexionadas; sentada no vaso sanitário, ou de cócoras.
2. Após a escolha da posição, você deve retirar o plástico que protege o absorvente. Então, é preciso segurar o fiozinho do absorvente interno. Nesse momento, é seguro ainda fazer um teste, puxando o fio, para saber se ele está bem preso ao produto.
3. Em seguida, ajeite o absorvente entre os dedos indicador e polegar, de modo que forme uma pinça. Logo após, você já pode introduzi-lo, empurrando com o indicador. O correto é que a metade do dedo seja encoberta, durante a inserção.
Mas, claro, existem marcas que também oferecem o aplicador. Nesse caso, a profundidade correta já é dada pelo acessório.
4. Então, quando ele estiver todo para dentro, empurre suavemente até sentir que o absorvente atingiu um obstáculo.
Como tirar o absorvente interno?
5. Por fim, retire o dedo indicador. O fio do absorvente interno, aliás, precisa estar para fora, nesse momento. Afinal, é ele que vai garantir que você retire o absorvente sem dificuldades.
6. Depois de colocar, você só precisa verificar se ele está no lugar correto. Assim, se você sentir algum tipo de desconforto, é porque ele pode estar no lugar errado.
Caso isso ocorra, o melhor a fazer é tentar introduzir o dedo indicador e empurrar o absorvente um pouco mais para o interior.
7. Se o desconforto persistir, retire o absorvente e introduza um novo. É importante destacar que o lugar correto do absorvente é pelo menos 1 centímetro de distância da entrada do órgão, no introito vaginal. Na verdade, é uma porção menos enervada, portanto possui uma sensibilidade menor.
8. Por fim, para retirar o absorvente interno, você deve puxar com suavidade o fio que fica pendente.
Riscos do O.B
Basicamente, como já sabemos, o absorvente interno é realmente bem mais prático e também confortáveis. Porém, usá-lo também requer cuidados e um pouco mais de atenção.
Por exemplo, o ideal é fazer a trocar com frequência. Portanto, o tempo máximo indicado para ficar com o mesmo absorvente interno é de 8 horas.
Até porque o absorvente é composto por algodão, que absorve o fluxo. Resumidamente, isso aumenta o risco de infecções bacterianas, as quais poderão ser capazes de alterar a flora da vagina.
Agora, se você esquecer de retirá-lo por vários dias, a situação pode ser ainda mais crítica. De forma geral, é possível que ocorram inflamações também no útero e nas trompas. Em casos mais graves e raros, a bactéria pode atingir a corrente sanguínea, causando infecção generalizada, por exemplo.
Abaixo, listamos algumas possíveis complicações do uso indevido desse tipo de absorvente.
Síndrome do Choque Tóxico (SCT)
Essa é uma síndrome rara. Basicamente, ocorre 1 caso a cada 100 mil mulheres que utilizam o absorvente interno.
A síndrome, aliás, se trata de uma infecção bacteriana associada ao uso prolongado de tampões. Uma de suas possíveis consequências é a insuficiência renal aguda e, em casos mais extremos, até a morte.
No entanto, essa síndrome é marcada pela proliferação de um tipo específico de bactéria, a Staphylococcus aureus. Ela existe naturalmente na pele humana, contudo ao se multiplicar de forma intensa, ela pode cair na corrente sanguínea. É essa a causa da SCT.
E a principal forma de evitar que ocorra essa síndrome é não usando o absorvente por mais de 8 horas. Esse, como já mencionamos, é o tempo limite indicado pelos fabricantes. Caso você use por muito tempo, pode levar ao crescimento descontrolado do micro-organismo e de contaminação.
Tudo sobre absorvente interno
1. Como devo escolher o tamanho do absorvente interno?
Basicamente, esse critério você terá que levar em conta se o seu fluxo é muito ou pouco. Portanto, você não precisa se preocupar com o tamanho da vulva. Até porque a vagina é elástica, ou seja, ela consegue se adaptar facilmente com o produto.
Sobretudo, vale destacar que o tamanho super é para as mulheres que possuem um sangramento abundante. Já o míni é para as meninas que sangram pouco.
2. Posso usar só esse tipo de absorvente?
Sim, você poderá usar ele desde o primeiro dia até o seu último dia. Porém, lembre-se de usar da forma correta.
Ou seja, ele deve permanecer em uso por, no máximo, 8 horas.
3. Até durante o sono?
Sim, você também pode usar ele enquanto dorme. Porém, vale ressaltar que o tempo máximo é de 8 horas.
Portanto, se você estiver querendo dormir mais que isso. O melhor é se levantar e trocar o absorvente no meio desse período. Agora, se você não quiser interromper o seu sono, nós indicamos que você use o absorvente externo.
4. Existe o risco de vazar?
Sim, pode existir sim. Porém, isso só irá ocorrer se você errar no tamanho do absorvente.
Ou seja, se você tiver o fluxo abundante e escolher o tamanho insuficiente, como por exemplo, o mini ou o médio. Outra forma de vazar também é você deixar o absorvente interno por mais tempo que é indicado.
Portanto, não deixe ultrapassar por mais de 4 a 8 horas. Até porque o produto absorve o sangue, e também o muco cervical.
5. Quem tem DIU pode usar esse tipo de produto?
Sim, basicamente, os dois são inseridos em locais diferentes. Ou seja, o dispositivo anticoncepcional é inserido pelo ginecologista dentro do útero, já o absorvente fica na vagina.
Por isso, não existe perigo de quando for tirar o absorvente, retirar também o DIU. Até porque, o absorvente é colocado na entrada da vagina enquanto o DIU fica mais no alto, saindo apenas 1,5 centímetro para fora do colo do útero.
6. O que fazer se a cordinha sumir?
Primeiramente, vale ressaltar que é muito raro da cordinha arrebentar. Porém, existem casos em que ela pode dentro da vagina.
Portanto, nesse caso você deve pegar uma pinça com os dedos e puxar ou então, introduzir o dedo indicador na vagina, localizando o fio e puxando para fora. Agora se não der certo, vá ao seu ginecologista.
Mas, calma. Tudo pode ser resolvido. E você se desesperar em momentos assim, é bem pior.
7. Depois de sair da piscina ou do mar, ele precisa ser retirado imediatamente?
Não existe uma regra clara para isso. Como já dissemos, o ideal é não ultrapassar de 8 horas no seu corpo. Agora se você se sentir desconfortável com ele após o banho de piscina ou de mar, é melhor você trocar.
Além do mais, vale ressaltar que se ele estiver no lugar certo, a água não irá penetrar na vagina. Portanto, se você sentir que ele encharcou ou que começou a vazar, é porque você pode ter colocado no lugar errado. Por isso, recomenda-se trocar.
8. Há algum tipo de contraindicação?
Não, tanto é que até virgens pode usar. Porém, é importante você ir ao ginecologista antes para checar o tipo de hímen.
Até porque, a maioria das mulheres possuem uma abertura circular, que não oferece resistência. Porém algumas podem apresentar uma película no meio, o que inviabiliza a introdução do absorvente.
No mais, eles podem também ser usados até mesmo em casos de candidíase. Ou seja, quando você está com corrimento esbranquiçado, coceira e ardor.
9. O coletor menstrual é uma boa alternativa?
Claro. Primeiramente, ele é bem mais ecológico que os demais absorventes. No mais, ele existe no mercado em dois tamanhos diferentes. Porém, ele requer mais atenção na introdução e na higienização do mesmo. Basicamente, a abertura dele deve estar virada para o colo do útero, para o sangue não vazar.
Além do mais, ele deve ser retirado a cada quatro horas e também lavar muito bem antes do próximo uso. Caso não lave da forma correta, você pode levar bactérias para a vagina.
Ainda têm dúvidas sobre o absorvente interno?
Leia mais: Menstruação: 10 dúvidas comuns, mitos e verdades sobre o assunto