É comum para pais e mães quererem que seus filhos desenvolvam da melhor maneira possível. Assim, alguns deles apostam no andador infantil para ajudar que os primeiros passos do bebê sejam mais fáceis. Porém, o uso do andador é contraindicado e se revela bastante perigoso para os pequeninos.
Por mais que seja da melhor intensão dos pais, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) já anunciou que o aparelho não deve ser mais utilizado, e recomendou que todos os profissionais da área já aconselhem os pais nas primeiras consultas pré-natais.
Em nosso país, a cada dez atendimentos infantis de emergência de até um ano de idade, um representa acidentes com o produto. Além disso, outras Sociedades de Pediatria também já se declararam contra o uso e a comercialização do andador infantil. O Canadá mesmo é um país em que a venda de andadores é proibida desde 2007.
Mesmo com supervisão, diversos acidentes já foram relatados com bebês. Sim, por um lado a criança tem mais mobilidade, mas por outro, pode colocar seu filho(a) em risco de morte. Desse modo, é sempre bom ficar atento as alertas e garantir que sua criança fique sempre segura.
Riscos que o andador infantil traz
Atrasa o aprendizado
O andador pode parecer um facilitador para que a criança comece a andar. Porém, não é bem assim. Ele é o produto que mais causa acidentes entre crianças de 5 a 15 meses. Devido a posição que ficam, ou seja, sentadas com as pernas para fora, sua estruturação vai se desenvolvendo de maneira errada. Seus músculos e tendões não se formam corretamente, e seus ossos não calcificam perfeitamente entre a cabeça do fêmur e o quadril.
É um pensamento errado achar que isso ajudará a criança, isso apenas atrasa o aprendizado. Estudos apontam que na realidade isso as atrasa em relação a crianças que não utilizam do andador infantil. A razão é que além do desenvolvimento tardio por causa da posição, seu fortalecimento muscular é fraco. Por não utilizarem da força das pernas para andar, não conseguem ter um suporte devido quando ficam de pé sem o aparelho. Sem atividade física necessária para o fortalecimento, as pernas do bebê ficam fracas.
Atrasa o desenvolvimento das funções motoras
Ele pode permitir que a criança se desloque mais facilmente, de fato. Porém, ela passa a ser dependente do andador e tem dificuldades quando não está com ele. Isso acontece, além dos motivos anatômicos citados acima, porque o cérebro não entende que há um meio de andar sem o aparelho, e também não se preocupa em manter o equilíbrio. Para entender melhor, é só se imaginar dirigindo um carro automático, e depois precisar passar a dirigir um carro manual sem ter tido instruções ou treinamento para tal.
Além de tudo, a criança quando está sentada no andador infantil muitas vezes não pisa corretamente no chão, dobrando suas pernas e pés pela posição que se encontram. Não visualizando o local que pisa por causa da mesa, o cérebro deles também não compreende a mecânica do funcionamento de combinação de braços e pernas. Em soma, ainda atrapalha na propriocepção, que é a capacidade de perceber onde estão nossos membros sem olhar para eles.
Mobilidade excessiva
Conseguindo justamente o que muitos pais buscam ao comprar o andador infantil, a mobilidade excessiva pode ser um perigo. No começo da vida somos mais curiosos que o normal. Ainda estamos e processo de desenvolvimento e aprendizagem, e tudo que vemos é novo para nós. Assim, é normal que o bebê tenha curiosidade, interesse e energia para explorar tudo aquilo que não conhece.
É nessa situação que mora o perigo. Com a aparelho a criança passa a alcançar lugares mais perigosos, que não conseguiria sem o mesmo. Sua nova liberdade permite ir atrás de coisas que eram proibidas e sem alcance. Sem entender porque são proibidas, ir atrás delas não parece ser um problema. Assim, conseguem ir a lugar mais perigosos, pendurar em lugares mais altos e agarrar objetos quentes, tóxicos, derrubando objetos pesados.
Por mais que os pais argumentem que nada disso pode ocorrer na supervisão de adultos, é justamente nesse momento que índices mostram que mais ocorre. Também são descritos inúmeros casos de afogamento. Por ser rápido, na maioria das vezes o bebê chega mais rápido que os pais em piscinas e banheiras. Em escadas, chegam a representar 80% dos acidentes que ocorrem.
Risco de morte
O pior e o mais grave dos casos é quando a criança vem a falecimento. No Brasil, inclusive, já tem casos de morte por essa causa registrados desde 2009, que ocorreu no Rio Grande do Sul. As lesões por si só já são motivo suficiente para deixar de usar o andador infantil, porém, ainda há risco de morte.
O bebê, como exposto, ganha mais mobilidade. Entretanto, essa mobilidade vem atrelada a uma velocidade também. A criança com o andador consegue chegar a uma velocidade de 1 metro por segundo. Assim, sem coordenação motora desenvolvida ainda, pode ocorrer com que o bebê caia de escadas, bata em paredes e objetos e quinas pontiagudas.
Assim, juntando o baque com a velocidade, é possível prever um maior impacto na criança. Seus ossos e crânio ainda estão em desenvolvimento, assim, se quebram mais fácil. Desse modo, uma batida pode gerar traumas irreparáveis, traumatismos cranianos e fraturas que podem levar a morte facilmente.
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Fontes: Catraca Livre Claudia
Fonte imagem destacada: Gazeta do Povo