Está tentando engravidar e já perdeu as esperanças? Ou talvez essa seja a única coisa que não deseja que faça parte da sua vida tão cedo? A dúvida cruel é realidade de muitas mulheres no mundo. Mesmo que a vontade ou o medo sejam enormes, ao contrário do que muitos pensam, não é tão simples assim engravidar. Além disso, as chances tornam-se ainda menores a cada ano que se passa.
Portanto, se você deseja se tornar mãe ou não fazer parte do time, entender mais sobre datas e porcentagens de acerto pode se tornar uma necessidade.
Antes de mais nada, é importante ter em mente que, quanto mais o tempo passa, menos simples torna-se engravidar. Além disso, as taxas já são naturalmente baixas até mesmo quando o casal é fértil e considerado saudável: normalmente, os números não passam de 20%. Uma mulher com menos de 30 anos, por exemplo, que menstrua regularmente e mantém relações sexuais todos os dias por um ano, tem de 15 a 20% de chances de engravidar. Ou seja: entre 10 mulheres, apenas 2 engravidam.
Nesse sentido, automaticamente assumir que um casal possui problemas de infertilidade é precipitado. Assim, as recomendações médicas são de procurar auxílio apenas após 12 meses de tentativas, mantendo relações sem métodos contraceptivos. Absolutamente tudo pode influenciar uma gravidez de sucesso: dessa forma, ao tentar engravidar, tudo deve ser levado em conta.
Confira abaixo mais informações sobre as chances de engravidar, bem como dados sobre perda de óvulos, qualidade dos espermatozoides e como funciona o processo.
As chances de engravidar relacionadas ao óvulo
De certa forma, nesse sentido, a situação da mulher é consideravelmente mais precária que a do homem. Enquanto as mulheres deixam de produzir células germinativas ao longo do tempo, eventualmente entrando na menopausa e “fechando a fábrica”, os homens não sofrem do mesmo problema. Assim, é comum que mulheres produzam óvulos imaturos apenas uma vez na vida, e homens ganhem novos espermatozoides até a velhice.
Os dados são alarmantes: a cada passagem de tempo, os números apenas caem cada vez mais. Um feto de 20 semanas chega a ter cerca de 200 milhões de óvulos, e ao tornar-se uma recém-nascida, sete milhões. A quantidade apenas diminui conforme os anos passam: na puberdade, 300 a 400 mil. Ao chegar nos 40 anos, as mulheres já não possuem praticamente óvulo algum. Isso ocorre pelo fato de que, a cada uma vez por mês, um deles é liberado e um número aproximado de mil morrem.
Porcentagem de chances
A relação em porcentagem é capaz de explicar melhor os números e oferecer boas notícias para os casais que desejam ter filhos. Até os 35 anos de idade, as chances de engravidar após 3 meses de tentativa são de até 57%. Caso o casal tente por até 6 meses, a taxa cresce para 72%. Em um ano, então, as chances chegam a 85%. É por esse e outros motivos que procurar um profissional de fertilidade só deve acontecer após um ano, já que os resultados apenas possuem mais chance de serem vistos com paciência.
Contudo, na medida em que as chances aumentam ao longo do tempo, o tempo de vida útil dos óvulos das mulheres apenas diminui com os anos. Com 20 anos, as chances de engravidar são de 25% por mês; a partir dos 3o, 20%. Ao chegar nos 35, os números caem para 15%, e até os 44 anos, engravidar entra no valor ínfimo de 5%, até desaparecer por completo.
Dessa forma, procurar por outras alternativas tornou-se uma solução popular entre os casais que querem engravidar. A fertilização in vitro, ou inseminação artificial, é uma técnica famosa que garante mais sucesso, pelo fato das taxas de gravidez por meio do processo chegarem até 60%, já que o embrião já está praticamente formado.
O papel do homem nas chances de engravidar
Mesmo que boa parte do processo ocorra no útero da mulher, o homem ainda possui um papel muito importante quando o assunto são as chances de engravidar. Muitas vezes, eles podem até mesmo ser o motivo da falta de sucesso no processo. Isso ocorre pelo fato dos números de espermatozoides soltos serem menores do que o necessário em boa parte das tentativas. Quanto menos espermatozoides, menores são as chances de fecundação.
Existem até mesmo estudos que revelam que a liberação de espermatozoides está ficando cada vez menor. As contagens de certos países que chegavam a 99 milhões/ml por censo caíram para 47 milhões/ml. As causas para tal acontecimento variam entre hábitos de vida, como ingestão de anabolizantes, exposição a elementos prejudiciais como pesticidas, e até mesmo o tipo de roupa íntima usada.
Além disso, a qualidade do esperma também influencia bastante a situação, que cai ao longo do tempo. Quanto mais fraco ou diferente dos demais, mais difícil torna-se passar por todo o processo da fecundação. O esperma velho e de baixa qualidade, igualmente, é capaz de acumular mutações perigosas que podem atingir o feto. Assim, quanto mais velho for o parceiro, mais fácil será para ele transmitir alterações no genoma que passarão para os filhos, caso os espermatozoides sejam de má qualidade.
Como tudo funciona?
Saber todas essas informações, por mais necessário que seja, também deve vir acompanhado do conhecimento de como todo esse processo realmente funciona enquanto as tentativas são feitas. Assim, é importante entender como exatamente funciona o encontro entre o espermatozoide e o óvulo, já que o sucesso da gestação só se dará caso tudo tenha ocorrido no caminho certo.
Primeiramente, o momento após a ejaculação: aqui, todos os espermatozoides se encontram agora na vagina. Muito antes de sequer entrarem no útero, o colo bloqueará a passagem de quase todos eles, uma porcentagem de 99,9%. Essa barreira ocorre de forma que anomalias possam ser excluídas, como espermatozoides de duas caudas e tamanhos anormais. Tudo isso ocorre muito rápido, já que o espermatozoide apenas dura três dias no canal vaginal, enquanto o óvulo só permanece ali por 8 horas após a ovulação.
Em seguida, por meio de contrações uterinas, os espermatozoides são impulsionados até as trompas, enquanto aguardam a passagem para dentro do óvulo. Eles precisam nadar extremamente rápido e sem parar para se prenderem ali, o que apenas um espermatozoide é capaz de fazer entre outros milhões. O dado é literal: apenas um em 250 milhões consegue tal feito.
Mesmo após o espermatozoide conseguir chegar no óvulo, outros problemas podem surgir no caminho, tornando as chances de engravidar ainda menores. Os ovários podem deixar de produzir um óvulo por problemas hormonais, e se ele for realmente liberado e mais de um espermatozoide fecundá-lo, o embrião pode não sobreviver. Engravidar, afinal, não é uma tarefa nada fácil.
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Fontes: VivaBem, Clínica Nascer
Imagens: Fetalmed, Dicas de Mulher, Materprime, CordVida, iStock