Mãos molhadas, costas pingando ou axilas encharcadas. Isso pode parecer comum para alguém que acabou de fazer exercícios físicos ou está em um ambiente com muito calor, mas para uns, isso pode acontecer o tempo todo a qualquer hora do dia, a qualquer clima ou temperatura. Estamos falando de hiperidrose, uma doença que afeta cerca de 3% da população que pode acometer constrangimento, angústia e aflição social.
De fato, todo mundo está sujeito ao suor, mas acontece que, em pessoas com hiperidrose, esse suor é excessivo e ocorre por diferentes motivos, como fatores emocionais, hereditários ou doenças. Assim ela pode surgir em diversas partes do corpo, mas é mais comum aparecer em mãos, costas, axilas, pés e rosto. No entanto, algumas pessoas com a doença podem sentir os efeitos por todo o corpo.
Essa transpiração extrema pode gerar um transtorno na pessoa, afetando seu psicológico e autoestima. Dessa forma, a doença pode atrapalhar até o convívio social, além do que, a falta de informação gera um preconceito na população, o que agrava ainda mais o estado emocional do paciente.
É preciso entender o que é essa doença para que não haja desinformação, mas também saber seus sintomas, causas e tratamentos, caso você tenha e não sabe. Então, vamos aprender um pouco mais?
O que é Hiperidrose?
Hiperidrose é uma doença que se manifesta através do suor excessivo pelo corpo, ocorrendo na maioria das vezes nas mãos, pés, axilas e rosto. Ela é uma doença que pode acompanhar constrangimento, podendo interferir até em atividades simples do dia-a-dia, além de prejudicar a qualidade de vida dos pacientes. Ela acontece porque as glândulas sudoríparas dos pacientes são hiperfuncionantes.
Essa doença acomete cerca de 3% da população, seja de forma mais severa, seja de uma forma mais branda. Assim então, ela costuma ser mais comum em adolescente e adultos jovens, e há incidência hereditária em aproximadamente 12,5% a 56,5% dos casos.
Nesse sentindo, não há prevalência de um sexo biológico em outro, visto que, ambos os sexos possuem as mesmas chances de possuírem a doença. No entanto, as mulheres costumam procurar com mais frequência um diagnóstico.
A hiperidrose não tem hora pra aparecer: ela ocorre em todas as estações do ano, inclusive no inverno, mas ela se agrava en situações de estresse, ansiedade, medo e nervosismo, na maioria dos casos.
Existem dois tipos de hiperidrose: a primária (ou focal) e a secundária.
1. Hiperidrose Primária
Em suma, essa condição da hiperidrosa é caracterizada pelo aparecimento do suor excessivo nas mãos, pés e axilas. Na maior parte dos casos não é encontrada uma causa de fato, o que leva os médicos a crerem nos estudos que indicam que ela é uma doença hereditária.
2. Hiperidrose Secundária
Por outro lado, diferentemente da hiperidrose primária, a secundária já acontece de forma pontual, por todo o corpo, em áreas incomuns ou até mesmo durante o sono. Acima de tudo, essa condição já não é hereditária, ela pode ser desenvolvida no seu organismo por conta de distúrbios hormonais, doenças neurológicas e efeitos colaterais de remédios.
Sintomas da Hiperidrose
O suor acompanhado de alguns outras manifestações no organismo podem ser sintomas de hiperidrose, sendo eles:
- Transpiração prolongada, excessiva e sem explicação
- Suor bilateral e relativamente simétrico
- Com ou seguida de dor ou pressão no peito
- Acompanhado de perda de peso
- A transpiração durante o sono ou a falta dela durante o sono, geralmente em hiperidrose primária
- Suor com falta de ar ou com taquicardia
Diagnóstico da Hiperidrose
Primeiramente, a forma ideal de um diagnóstico é através da procura de um profissional da área. Sendo assim, ele pode passar alguns exames para a comprovação, como o teste de amido-iodo, entre outros. Dessa forma, ele poderá indicar o melhor tratamento para o seu problema.
O mais importante é que na hora de buscar ajuda médica, diversos profissionais podem te dar um diagnóstico, sendo eles:
- Clínico geral
- Dermatologia
- Ginecologia
- Pneumologia
- Infectologia
- Neurologia
- Oncologia
- Urologia
- Endocrinologia
- Psiquiatria
- Psicologia
Tratamentos da Hiperidrose
1. Medicamentos
Existem diversos medicamentos orais que impedem a estimulação das glândulas sudoríparas, responsáveis pela hiperidrose, mas nem sempre receitados pelos médicos, pois possuem efeitos colaterais, como a diminuição de urina e lágrimas.
2. Antitranspirantes
Mais conhecidos como os desodorantes, estes produtos ajudam a reduzir a produção de suor e odor no corpo. Por causa dos sais de alumínio, presentes nesses produtos, é feita uma película em forma de gel secante, deixando uma camada protetora na pele. Sendo assim, eles são perfeitos para controlar o suor durante o dia.
3. Toxina botulínica
Esta é uma espécie de injeção aplicada em um local específico onde a hiperidrose está manifestada, com o intuito de bloquear a doença. Como resultado, seus efeitos iniciam cerca de quinze dias após a aplicação e pode durar de oito a dez meses.
4. Laser
Em suma, a técnica de laser é utilizada para reduzir o tamanho da glândula, com isso, diminui a hiperidrose.
5. Iontoforese
Iontoforese é um tratamento que utiliza choques elétricos que tem o intuito de desativar temporariamente a glândula do suor, entretanto, não é muito utilizada nos dias de hoje.
6. Curetagem e liposucção
Em resumo, esse procedimento se baseia na raspagem ou liposucção das glândulas sudoríparas e da gordura que está abaixo da pele da axila.
7. Simpatectomia
A simpatectomia é uma cirurgia no nervo que transmite o estímulo à glândula sudirípara. Este procedimento é realizado apenas em casos mais graves de hiperidrose que não responderam aos demais tratamentos. Contudo, pode ocorrer efeitos colaterais fortes, como a hiperidrose compensatória, que provoca mais suor em outras áreas do corpo.
8. Psicoterapia
Feita por um psicanalista, esse tipo de terapia tem o intuito de tratar o emocional que fica debilitado por conta do constrangimento e autoestima que a hiperidrose causa.
Então, agora que você já sabe o que é hiperidrose, leia também: Dermatite – O que é, sintomas, tipos da doença e como tratar.
Fontes: SBD, Medicina Net, Minha Vida e Saúde Abril.
Imagens: Revista ABM, Hypeness, Mandel Dermatologia, Jornal Ciência, Tua Saúde, Drauzio Varella, Deposit Photos, Blog Cognitivo e Inter Fisio.
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