A Vogue Brasil trouxe em sua capa pela primeira vez na história, uma modelo plus size e preta, a brasileira Rita Carreira. Paulistana de 27 anos, ela é um verdadeiro símbolo de empoderamento. Além disso, ela vem defendendo a liberdade do corpo e a representatividade no mundo da moda há mais de 10 anos.
Em suma, a modelo começou sua carreira em 2010, quando decidiu largar seu emprego como vendedora para seguir nas passarelas. Inclusive, na época Rita disse a seguinte frase:
“Um dia vocês ainda vão me ver no São Paulo Fashion Week e na capa da Vogue”.
Enfim, Rita Carreira conseguiu realizar seu sonho, não apenas sendo a capa da Vogue Brasil, como também desfilou no São Paulo Fashion Week (SPFW). No entanto, sua história é marcada por lutas, resiliência, perseverança e muitas dificuldades que ela teve que enfrentar ao longo de sua carreira.
Como o preconceito e a gordofobia que a modelo sofria no mundo da moda. Por isso, hoje a modelo é conhecida por quebrar padrões dar visibilidade para mulheres plus size.
Rita Carreira
Paulistana, com 27 anos, a modelo brasileira Rita Carreira é a primeira mulher preta e plus size a estampar a capa da revista Vogue Brasil. Em suma, sua carreira começou após ela ajudar sua irmã Carol Santos, que é produtora de moda, na produção do primeiro Fashion weekend Plus size em 2010.
Na ocasião, Rita conheceu Renata Poskus, diretora do evento. E foi ela quem convenceu Rita de que ela poderia ser modelo plus size. Inicialmente, a modelo ficou surpresa, pois, ela não se achava bonita o suficiente para ser modelo. Mas, no outro ano ela resolveu arriscar. Dessa forma, ela foi ao casting do mesmo desfile e acabou passando, dando início a sua carreira como modelo.
No entanto, Rita enfrentou dificuldades no início o que fez com que sua carreira demorasse a engrenar. Em suma, ela teve que enfrentar o racismo e a gordofobia, além de não conseguir trabalhos. Entretanto, apesar de ter tido dúvidas sobre se aquele era o lugar dela, ela nunca desistiu.
“Ouvi várias vezes que meu lugar não era na moda, que eu deveria ser passista. Só por ser negra e grande eu não podia ser modelo? Eu era nova e até achei que era isso mesmo. Mas, aos poucos, quando fui entendendo que eu era diferente do padrão imposto, percebi que sendo diferente é que eu ia fazer a diferença”, contou Rita.
Pelo contrário, sempre fez tudo para mostrar seu valor. Com isso, Rita Carreira abriu portas para muitas mulheres como ela. Além de quebrar padrões pré-estabelecidos no mundo da moda.
Rita Carreira: aceitação do corpo
De acordo com Rita Carreira, ela nunca teve problemas com relação ao seu peso. Por outro lado, a modelo de 1,80 cm de altura, sempre se achou alta demais comparada as suas amigas. Da mesma forma, o fato de calçar 43 sempre foi um problema para achar sapatos. E isso, a incomodava muito.
No entanto, com as pessoas elogiavam sua altura no início de sua carreira, ela começou a aceitar e até a gostar de sua altura.
“Nunca precisei de terapia para me aceitar, porque em casa não me deixaram cair na ilusão de que a felicidade só estava no padrão. Ser gorda nunca vai ser mais difícil do que ser negra, mas faço questão de levar adiante discussões sobre gordofobia. Ninguém pensa como isso se desdobra na saúde, por exemplo, enquanto pessoas obesas não têm acesso a equipamentos hospitalares que suportem os seus pesos”, explicou a modelo.
Ademais, a modelo ainda afirma que não se coloca em situações que imponham mudanças em seu corpo. Pois, ela se ama do jeito que é e está muito feliz. Por outro lado, um fato curioso sobre Rita é que seu manequim era 42/44. Por isso, ela teve que engordar para se tornar uma modelo plus size, atualmente, seu manequim é 48.
Enfim, na época ela tinha certeza que nunca teria o corpo magro igual às outras modelos, já que sua estrutura corporal é grande. Então, optou por aumentar o peso para poder se tornar modelo plus size e agora ela se sente realizada com tudo que conquistou.
Careira de sucesso
Inicialmente, Rita Careira teve que enfrentar muitos obstáculos para conseguir trabalhos e fazer sua carreira deslanchar. Atualmente, com as mudanças de conceitos, a liberdade do corpo é um assunto que se discute cada vez mais. Com isso, a indústria da moda está se abrindo para padrões diversos.
Dessa forma, em 2017, Rita estreou nas passarelas da São Paulo Fashion Week pela LAB Fantasma. E seu sucesso foi tanto, que em 2020, pela primeira vez na história, a revista Vogue Brasil trouxe a modelo plus size em sua capa. E nas passarelas, a modelo plus size, agenciada da FORD Models, desfilou pela Cavalera, Handred e Isasc Silva.
Ademais, além de modelo, a paulistana é influenciadora digital e defende o discurso do Corpo Livre, além de se posicionar sobre assuntos raciais em seu Instagram. Enfim, graças ao seu forte posicionamento, diversas marcas começaram a contratar a modelo como influenciadora.
“Eu me considero uma modelo-influencer por me falar e cobrar uma postura adequada das marcas. O nosso corpo acaba sendo um ato político. Dependendo da cor da sua pele, você tem vivências e cobranças diferentes. Uso a minha imagem para falar além de moda e beleza”, explica a modelo.
Por fim, a modelo também administra um worshop ao lado de sua irmã Carol Santos, chamado Stand Out. Cujo objetivo é profissionalizar modelos e influenciadores para o mercado plus size. Por que, segundo Rita, o segmento está em crescimento, porém, falta capacitação.
Maior sonho
Enfim, a modelo e influenciadora plus size, Rita Carreira diz que seu maior sonho é ser conhecida nacionalmente e internacionalmente. Todavia, não apenas como uma modelo plus size, mas, como alguém que faz a diferença.
“Quero quebrar padrões mostrando para o mundo que modelos podem ser de diferentes tamanhos. Quero tirar do imaginário das pessoas o padrão que foi instalado sobre ser modelo. Sei que imaginam uma mulher completamente diferente de mim, mas cá estou eu: uma modelo gorda, negra e de sucesso. E tenho muito orgulho da minha história”, afirmou a modelo plus size.
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