A Copa do Mundo do Catar está sendo histórica, a primeira Copa realizada em um país do Oriente Médio e a primeira vez que um jogo da competição masculina teve uma arbitragem feminina. Após 92 anos da maior competição de futebol do mundo, três mulheres apitaram um jogo.
A francesa Stéphanie Frappart, a mexicana Karen Diaz Medina e a brasileira Neusa Back apitaram a partida entre a Costa Rica e Alemanha, que aconteceu no dia 1 de novembro de 2022. Além disso, Frappart também fez história ou ser a primeira mulher a ser árbitro principal em uma Copa do Mundo masculina. No total, três árbitras e três assistentes foram selecionadas pela FIFA para participar da Copa do Catar.
Aliás, essa copa do mundo tem sido bem importante para as mulheres no futebol. Isso porque também teve a primeira mulher narrando os jogos na transmissão da TV Globo.
A seguir vamos conhecer um pouco mais das mulheres que integraram a primeira arbitragem feminina na copa masculina.
Quem formou a primeira arbitragem feminina na Copa masculina?
Vamos conhecer melhor quem são as mulheres que formaram a primeira arbitragem feminina na Copa masculina:
Stéphanie Frappart
A francesa de 38 anos de idade tem uma longa história com o futebol. Stéphanie se interessou pelo esporte graças ao seu pai, que atuava na equipe amadora da sua cidade, no interior da França. Sendo assim, a menina acompanhava seu pai nos jogos e começou a gostar, tanto que se tornou atleta do Val d’Oise. Contudo, ela abandou a vida de atleta para tentar a carreira como árbitra.
“Me apaixonei pela arbitragem em pouco tempo, logo após os meus primeiros apitos”, contou a árbitra em uma entrevista para Federação Francesa de Futebol.
E a história da francesa é cheia de pioneirismos, visto que ela é a primeira em muitas coisas. Antes de ser árbitra principal do jogo entre Alemanha e Costa Rica, Stéphanie Frappart se tornou a primeira mulher a participar de uma partida da Copa masculina. No caso, ela atuou primeiramente como quarta-árbitra de México e Polônia.
Frappart integra o quadro da FIFA desde 2011, e já foi a primeira mulher em quatro outras competições: Campeonato Francês, Liga dos Campeões, Eliminatórias para o Catar e a final da Supercopa da UEFA. Sendo assim, ela já está acostumada a abrir portas para outras mulheres na arbitragem.
Neuza Back
A brasileira Neuza Inês Back é outra das mulheres que formaram a primeira arbitragem feminina na Copa masculina. Neuza tem um irmão árbitro e se formou em educação física e fez sua estreia no Campeonato Catarinense. Depois de muito trabalho, ela finalmente foi chamada para fazer parte do quadro de assistente da Fifa, isso lá em 2014.
Então, dois anos depois Neuza participou de duas grandes competições, o primeiro foram os Jogos Olímpicos de 2016 e em 2020 o Mundial de Clubes. Além disso, a brasileira também é pioneira por aqui, já que ela também esteve na primeira equipe 100% feminina do Mundial de Clubes e da Libertadores.
Karen Diaz Medina
Por fim, completando o trio de arbitragem 100% feminino da Copa, a mexicana Karen Diaz Medina. No caso de Karen, ela não começou primeiramente no futebol, já que ela é formada em engenharia agroindustrial. Ela trabalhava em um café de um centro esportivo, e um dia substituiu um árbitro que não conseguiu chegar para apitar a partida.
Então, ela fez carreira foi na arbitragem, e estreou como profissional em 2009. Alguns anos depois, mais precisamente em 2016, Karen participou da Liga Mexicana e tem um belo currículo no esporte, onde acumula vários jogos e disputas em pré-Mundiais de base da Concacaf.
Outras participantes da arbitragem feminina
No total, foram selecionadas pela Fifa para a Copa de 2022, seis mulheres. Além de Stéphanie, Neuza e Karen, também teve Yoshimi Yamashita, do Japão, Salima Mukansanga de Ruanda e Kathryn Nesbitt dos Estados Unidos.
Apesar dessas mulheres representarem menos de 5% de toda a equipe, ainda representa um marco histórico para a competição dominada por homens. E mais do que isso, no Catar que é um país extremamente conservador.
Como foi a primeira arbitragem 100% feminina?
O jogo que teve a primeira arbitragem 100% feminina foi o embate entre a Alemanha e a Costa Rica. O jogo terminou com a Alemanha levando a melhor, com 4 gols contra 2 da Costa Rica. De modo geral, o jogo foi bastante empolgante e a arbitragem não deixou a desejar em nenhum quesito.
Segundo especialistas esportivas, o trabalho da equipe feminina foi bem discreto, mas eficiente, conforme deve ser em uma competição desse nível.
No total foram 12 faltas marcadas, 6 no primeiro tempo e 6 no segundo, sem nenhum erro da arbitragem. Quanto as assistentes, elas acertaram também nos impedimentos que marcaram, que totalizaram 7 em toda a partida, que teve um acréscimo de 10 minutos. Enfim, a estreia do trio de mulheres foi bem positivo, entregando um ótimo trabalho de arbitragem para um jogo dessa importância.
Qual é a importância disso para o mundo?
Como vimos até aqui, esse fato é muito importante e relevante. E mostra que finalmente, o futebol masculino está dando oportunidades para as mulheres mostrarem o seu trabalho. Aliás, esse caminho vem sendo percorrido há muitos anos.
A primeira edição da Copa do Mundo aconteceu em 1030, e desde então, a Fifa nunca tinha convocado mulheres para nenhuma função de arbitragem nos jogos, nem mesmo no VAR. Algo que deixa claro a falta de oportunidades na formação e na evolução tardia nesse quesito.
Outro detalhe é que entre 1941 e 1979, as mulheres foram proibidas de jogar futebol no Brasil, algo que afetou consideravelmente o desenvolvimento delas no esporte. E a primeira mulher árbitra do mundo só estreou na década de 1970, ainda nessa fase e inclusive foi uma brasileira, Léa Campos.
Não se tem muitos detalhes e registros da história das mulheres no futebol, mas sabemos que Léa fez história ao ser possivelmente a primeira mulher a apitar um jogo de futebol masculino.
Então, como escreveu a Fifa no post anunciando o trio de arbitragem feminino dessa Copa isso é “História em construção!”.
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Fontes: ESPN Estadão CNN Metrópoles Brasil Escola GE G1