Não é novidade para ninguém que o leite materno é essencial para o bom desenvolvimento do bebê. Sendo assim, o leite materno é o melhor alimento para o recém-nascido, uma vez que ele contém tudo que a criança precisa para crescer forte e saudável. Estamos falando de um alimento rico em nutrientes, tudo que o bebê necessita nos seus primeiros dias e até meses de vida.
Estudos já comprovaram os vários benefícios da amamentação, e quanto mais contínua ela for, melhor para o bebê, a curto e a longo prazo. Isso prova a influencia positiva desse alimento, desde a infância até a vida adulta. Isso porque, a ingestão de leite materno está ligada a vários fatores além da nutrição, tais como tendência a obesidade, o QI, e até a escolaridade e renda do indivíduo.
Mas afinal, o que tem no leite materno que faz dele tão importante? É isso que vamos descobrir hoje. Além da composição do leite materno, veremos ainda os benefícios da amamentação para o bebê e também para a mãe, e algumas dicas para aumentar a produção do leite.
Composição do leite materno
Antes de mais nada, é preciso saber que o leite materno vai muito além de um alimento especial. Além de alimentar o bebê, o leite materno oferece substâncias que são capazes de protegê-lo contra possíveis infecções.
Sua composição inclui todos os nutrientes básicos necessários, tais como hidratos de carbono, proteínas, gordura e claro, água para manter a hidratação do bebê. Sendo assim, vamos conhecer melhor os componentes desse alimento:
Principais componentes do leite materno
- O leite materno é composto por milhares de células vivas, como glóbulos brancos, essenciais para fortalecer o sistema imunológico e células estaminais, que tem como função, promover o desenvolvimento e a regeneração dos órgãos;
- Proteínas, que somam mais de mil tipos distintos, todas elas importantes para o desenvolvimento do bebê, além de ativar o sistema imunológico e proteger os neurônios;
- Mais de 20 tipos de aminoácidos, entre eles os chamados nucleotídeos, que são responsáveis pelo sono após a amamentação;
- Contém mais de 200 açúcares, chamados de oligossacarídeos que agem como prebióticos, resultando na produção das chamadas “bactérias boas”. Esses açúcares ainda protegem o bebê contra infecções que podem chegar a corrente sanguínea, desse modo, diminuindo o risco de inflamação no cérebro;
- As enzimas são substâncias catalisadoras que aceleram as reações químicas no organismo, e o leite materno contém mais de 40 delas. Essas enzimas ajudam na digestão do bebê e fortalecem o sistema imunológico, promovendo uma melhor absorção de ferro;
- Substâncias responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento do bebê, que tem efeito em várias partes do organismo, tais como intestino, vasos sanguíneos, sistema nervoso e as glândulas;
- Hormonas, que são substâncias químicas que ajudam para que os órgãos e tecidos trabalhem corretamente. Algumas delas ajudam a regular os níveis de apetite e influenciam nos padrões de sono do bebê;
- Vitaminas e minerais, que são os nutrientes fundamentais para o crescimento, desenvolvimento e funcionamento dos órgãos, além de contribuírem para a formação dos dentes e ossos;
- Vários tipos de anticorpos, que protegem o bebê contra doenças e infecções, e neutralizam bactérias e vírus nocivos;
- Ácidos graxos que são essenciais para o bom desenvolvimento do sistema nervoso, contribuindo para o desenvolvimento do cérebro e da visão.
Leite materno em diferentes fases da amamentação
Então, esses são os principais ingredientes presentes na composição do leite materno. Contudo, a quantidade desses ingredientes podem variar conforme o passar do tempo, mudando de acordo com a idade e as necessidades do bebê.
Leite materno nos primeiros dias
A primeira leva de leite produzida pelas mamas, logo após o parto, é chamada de colostro. Ele é caracterizado por uma consistência mais espessa e pegajosa, tendo uma coloração mais amarela ou alaranjada. O colostro é essencial nos primeiros dias do recém-nascido, uma vez que o bebê está passando por uma adaptação fora do útero.
Nessa fase, a quantidade de leite produzida pela mãe é menor, geralmente em torno de 40 a 50 ml por dia. No entanto, como o estômago do bebê ainda é muito pequeno, ele não irá precisar mais do que isso para se sentir satisfeito.
Apesar da quantidade menor, o colostro contém os mesmo ingredientes do leite durante toda a amamentação, porém, com as quantidades maiores que o bebê necessita na fase inicial.
Leite materno nas primeiras semanas
Ainda na primeira semana de vida do bebê, em torno de quatro dias após o parto, a produção de leite aumenta em quantidade. Nessa fase, é comum que os seios fiquem mais cheios e firmes, consequência da chamada “descida do leite”.
Sendo assim, do quinto ao décimo quarto dia, o leite passa de colostro para leite de transição. Portanto, como o próprio nome já sugere, o leite materno começa a amadurecer e mudar a concentração dos ingredientes. O leite passa a ficar mais cremoso, e aumentar o teor de gordura, calorias e lactose, auxiliando no rápido crescimento do bebê recém-nascido.
Leite materno a partir da quarta semana
Quando o bebê completa o primeiro mês, o leite materno já está completamente maduro, se adequando as suas atuais necessidades. Nessa fase, o leite contém maiores quantidades de proteínas, açúcares, vitaminas e minerais, além das hormonas, enzimas e células vivas, essenciais para manter o crescimento e desenvolvimento do bebê.
Sendo assim, a partir das quatro semanas, os níveis dos ingredientes do leite maduro se mantém consistentes. Mas isso não impede que haja alterações na sua composição, dependendo das necessidades da mãe e do bebê.
Um exemplo disso, é quando o bebê começa a explorar as coisas ao seu redor, a quantidade de enzimas que o protegem contra bactérias, aumenta no seu leite. Provando como a composição do leite materno é adaptável as mudanças e necessidades do bebê.
Tanto que mesmo após o bebê começar a ingerir alimentos sólidos por volta dos seis meses de vida, o leite materno ainda continuará a ser parte essencial da sua dieta.
Benefícios da amamentação
Sendo assim, a amamentação é parte fundamental do desenvolvimento do bebê. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendado é manter o aleitamento materno no mínimo até os seis meses de idade do bebê, e o ideal é que o aleitamento seja mantido até a criança ter dois anos de idade.
Isso devido aos inúmeros benefícios da amamentação, tanto para a criança quanto para a mãe. Portanto, confira a seguir alguns dos principais benefícios da amamentação:
- O primeiro deles é obviamente o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê nos primeiros dias de vida. Além de protegê-lo contra doenças.
- Estudos científicos revelaram que a amamentação tem forte impacto ao longo da vida do indivíduo, influenciando vários fatores da vida adulta. Entre eles, a tendência ou não a obesidade, o QI, escolaridade e até a renda;.
- Além disso, já foi comprovado que a amamentação também é muito positiva para as mães. Isso porque, as mulheres que amamentam por mais tempo ficam mais protegidas contra o câncer de mama e ovário.
- A amamentação também contribui para mulher recuperar o seu peso pré-gestação, além de ajudar a lidar com problemas posteriores, como depressão pós-parto.
Dicas para aumentar a produção de leite
Contudo, apesar de ser algo natural e muito benéfico, a amamentação nem sempre é algo tão simples. Muitas mulheres sofrem com a amamentação, seja por dificuldade em amamentar ou mesmo em produzir leite. Uma prova disso é que menos de 40% dos bebês nascidos em países em desenvolvimento são amamentados com leite materno até os seis meses de vida.
Em muitos casos, a baixa produção de leite pode estar relacionada a problemas de saúde da mãe, mas também pode ser falta de estímulo. Sendo assim, reunimos uma lista com algumas dicas para ajudar a aumentar a produção de leite e facilitar a amamentação.
Sucção correta
A sucção correta é muito importante, não só para o bebê obter o seu alimento, como para a produção do leite. Portanto, o jeito que o bebê mama também interfere no processo de amamentação e produção do leite. O certo é que o bebê encaixe a boca na auréola toda, porque se for apenas no bico do peito, ele irá apenas chupar, e não necessariamente sugar o leite.
Então, quando isso não acontece, a produção de leite diminui, o bebê não consegue a quantidade necessária de leite e pode machucar a mãe. A dica é posicionar o bebê com a cabeça e o corpo virado para a mãe, que deve abrir a boca do bebê e encaixá-la no seu seio.
Oferecer o peito logo após o parto
Como nas primeiras horas de vida o bebê está mais atento do que nunca, o ideal é oferecer o peito o quanto antes. Assim, as chances de ele pegar e se adequar rapidamente são maiores. E isso deve ser feito mesmo quando a quantidade do leite for pouca, assim aumenta a produção de leite.
Ficar atenta as dores
Nos primeiros dias de amamentação, é completamente normal sentir dores e ficar com as mamas inchadas. Porém, isso incômodo logo passa, afinal, a primeira pegada tende a ser a mais dolorosa. Contudo, se a dor se manter persistente durante as mamadas seguintes, o ideal é investigar essa dor. Isso porque pode ser um sinal de que o bebê não está pegando corretamente, e isso deve ser solucionado.
Amamentar conforme o bebê necessitar
Nos primeiros dias, o ideal é dar o peito sempre que o bebê procurar, mesmo sem horários pré-estabelecidos. Essa é a melhor forma de mantê-lo alimentado e estimular a produção de leite. No caso de mulheres que precisam ficar longe do bebê por algumas horas, o ideal é extrair o leite manualmente ou com bomba no mínimo de três em três horas. Assim o corpo irá entender que necessita manter uma produção regular.
Saúde da mãe
Alguns fatores como estresse, cansaço e ansiedade podem influenciar na amamentação. Por isso é muito importante que a mãe esteja descansada. O ideal é que a mulher repouse entre uma mamada e outra. Também é essencial que a amamentação seja feita quando a mãe está tranquila e em um ambiente que promova a sua paz.
Troque de mama apenas quando esvaziar a primeira
Uma coisa é fato, as duas mamas devem ser oferecidas ao bebê, no entanto isso deve respeitar o ritmo da amamentação. Sendo assim, quando a mãe interrompe a amamentação em uma mama antes de esvaziá-la, o organismo entende que aquela quantidade produzida não é mais necessária. Ou seja, diminui a produção do leite.
Identificar a causa da baixa produção
Várias coisas podem influenciar a baixa produção de leite, por isso é muito importante conhecer a causa para poder solucioná-la. Os motivos podem variar, desde o formato das mamas, desequilíbrio hormonal e até problemas de saúde pré-existentes na mãe. Dependendo da causa, massagens, compressas de água morna e remédios podem ajudar a melhorar a produção do leite.
Beber água
A água é importante para todo individuo em qualquer circunstância, mas para a mulher que está amamentando é importante aumentar a ingestão, um litro a mais que o normal. Isso porque ela precisa repor o líquido que perde durante a amamentação, além de aumentar a produção do leite. Sendo assim, o recomendado é 3 litros de água por dia.
Evitar chupeta
Nos primeiros dias de vida, ainda quando o bebê está aprendendo a mamar, a chupeta pode atrapalhar esse processo. Então, nos primeiros dez dias, o ideal é evitar dar a chupeta.
Alimentação
A alimentação é parte fundamental para a saúde da mãe e consequente para a amamentação. Sendo assim, o ideal é ter uma alimentação equilibrada, mesclando alimentos saudáveis e uma maior ingestão de calorias, para repor o que perdeu durante a amamentação.
Por fim, não precisa se prender a regras pré-estabelecidas. Afinal, o tempo de mamada e a quantidade de vezes que amamenta varia muito de pessoa para pessoa. Sendo assim, o principal parâmetro é a saúde e desenvolvimento do bebê, bem como a satisfação depois de mamar.
E então, o que achou dessa matéria? Aliás aproveite para conferir também 5 maiores dificuldades da amamentação.
Fontes: Medela Super Interessante Bebê
Imagem destacada: Folha Vitória
Imagens: Maternidade Brasília Exame Veja Farmácias Big Fort