Ainda existem muitas dúvidas sobre o que é gravidez ectópica, como é feito seu diagnóstico e quais são os tratamentos. De uma forma ampla, gestação ectópica é o nome dado para uma gravidez que ocorre fora do útero da mulher.
Na maioria desses casos, o embrião se desenvolve em uma das trompas, também conhecidas como tubas uterinas. Todavia, também há registros de gravidezes ectópicas nos ovários, colo do útero ou abdômen. Estima-se que cerca de 2% das gestações ocorram de forma
O que é uma gravidez ectópica
Em uma gestação normal, o óvulo é fecundado na trompa e percorre seu caminho até o útero. Ele é o órgão responsável pelo progresso do feto ao longo das semanas. Entretanto, na ectópica, o óvulo não consegue fazer a passagem pela trompa. Portanto, ele não consegue se instalar no útero e começa a se desenvolver em um local errado.
Em geral, a estrutura onde o feto evolui irregularmente se rompe entre a sexta e 14º semana. Como resultado disso, esse também é o período onde começam os sintomas.
Sintomas
É comum que os sintomas de uma gravidez ectópica aparecem entre a sexta e oitava semana de gestação. Todavia, também há casos de sintomas relatados antes ou depois desse período. Em alguns casos a mulher nem mesmo sabe que está gestante. Os principais sintomas para essa condição são:
– Dor intensa no abdômen;
– Abdômen inchado;
– Náuseas;
– Mal-estar generalizado.
Ao sentir qualquer um destes sintomas é essencial que a mulher procure um pronto-socorro e realize exames clínicos e laboratoriais. São eles que podem comprovar a condição e o melhor tratamento caso se confirme.
Em primeiro lugar, o mais indicado é que seja feito um exame sangue Beta HCG. Em seguida, é necessário uma ultrassonografia transvaginal que irá identificar se há uma gravidez ectópica. A ultrassom também analisa se a estrutura em que o embrião está foi rompida ou não.
Tratamento
Os tratamentos disponíveis para a gravidez ectópica dependem do local onde o feto está se desenvolvendo, o tamanho dele, e se rompeu à estrutura, por exemplo.
Não há recursos ou medicamentos que possam salvar a vida do embrião ou que o faça se mover para o útero. Ou seja, não há formas de fazer com que a gravidez ectópica se torne uma gestação normal. Em outras palavras, a vida da mulher estará em risco se a gravidez não for interrompida.
Na maioria dos casos é necessário uma pequena cirurgia, chamada de laparoscopia, onde o feto e a placenta são retirados. Entretanto, esse também é o momento em que o médico avalia se será necessário tirar toda a estrutura prejudicada ou se é possível preservar parte da trompa.
Quando existe o risco de complicações maiores, e em casos emergenciais, há também a possibilidade da realização de uma laparotomia. Essa cirurgia necessita de uma incisão maior no abdômen, entretanto, ela tem o mesmo objetivo de retirada do feto.
Em casos de gestação ectópica descoberta de forma precoce, é possível usar medicamentos, como o Metotrexato, por exemplo. No entanto, ele é uma opção apenas quando o feto ainda tem pequeno porte e não comprometeu as estruturas do sistema.
Fatores de risco
Especialistas apontam alguns fatores de risco que podem levar à mulher a ter uma gravidez ectópica, a maioria incluem problemas prévios na região das trompas. São eles:
– Gravidez ectópica anterior;
– Tabagismo;
– Distúrbio ou nas trompas de Falópio;
– Histórico de cirurgias nas trompas;
-Falhas no procedimento de laqueadura;
– Uso de DIU;
– Histórico de doença inflamatória pélvica (infecção dos órgãos reprodutores).
Fertilidade após a gravidez ectópica
A possibilidade de ter uma gravidez futura ainda existe mesmo que a mulher passe por uma gestação ectópica. Basicamente, apesar da perda de uma das trompas em alguns casos, a fertilidade ainda se mantém caso a outra trompa esteja saudável. Mas, é preciso levar em conta o risco de uma outra gravidez extrauterina é maior nas mulheres com histórico desse tipo de gravidez.
Para saber se a trompa restante está saudável, é necessário que a realização do exame de histerossalpingografia. Portanto, a partir dele é possível analisar toda a cavidade uterina e tubas, e verificar se a estrutura terá condições de uma gravidez natural.