Você já ouviu falar em dermatite seborreica? Esse é o nome técnico usado pelos dermatologistas para indicar a famosa caspa e, apesar de ser feio, nada se compara ao resultado disso na cabeça, nos cabelos e o pior, nos ombros. Não é mesmo?
Agora, se você é do tempo em que se acreditava que caspa é sinônimo de falta de higiene pessoal, acredite, essa já é uma ideia bem ultrapassada. De acordo com especialistas, a caspa nada mais é do que o resultado da descamação do couro cabeludo devido à renovação das células mortas dessa região por outras células vivas.
Ficou curiosa? Vamos saber um pouco mais sobre os hábitos que podem causar caspa? Boa leitura!
15 coisas e hábitos que podem dar caspa e você não sabia
1. Usar as unhas para lavar o couro cabeludo
Especialistas explicam que a caspa, que é uma dermatite seborreica, é uma condição inflamatória que resulta em descamação e coceira. Quando as unhas são usadas para esfregar, elas podem danificar a camada superficial da pele, levando a um aumento ainda maior e aumentando a produção de sebo pelas glândulas sebáceas. Isso cria um ambiente propício para a prevenção de fungos, como o Pityrosporum ovale, que é um dos principais causadores da caspa.
Além disso, a utilização das unhas pode causar pequenas lesões no couro cabeludo, o que não só aumenta a sensibilidade, mas também pode permitir a entrada de patógenos, aumentando o processo de inflamação. A dermatologista Flávia Addor recomenda que o ideal é massagear o couro cabeludo com a ponta dos dedos, sem causar danos à pele.
2. Água quente
Segundo a farmacêutica Maria Valéria Robles Velasco, a exposição à água quente faz com que o couro cabeludo reaja produzindo mais sebo, uma substância que deveria proteger a pele, mas que, em excesso, contribui para o surgimento da dermatite seborreica, popularmente conhecida como caspa.
Portanto, para evitar a caspa, é recomendado lavar os cabelos com água morna ou fria e escolher produtos mais suaves para a couro cabeludo.
3. Não remover todo xampu e condicionador
Se você não remove totalmente esses produtos do cabelo, o couro cabeludo precisa produzir menos óleo. Quando esses produtos não são totalmente eliminados do couro cabeludo, eles podem obstruir os poros e causar danos, causando uma inflamação que resulta na descamação excessiva da pele.
Sendo assim, especialistas indicam que a oleosidade acumulada, combinada com resíduos de produtos, cria um ambiente propício ao crescimento de microrganismos que agravam a condição, resultando em flocos brancos.
4. Usar produtos em excesso ou diretamente no couro cabeludo
O uso excessivo de produtos ou a aplicação direta sobre o couro cabeludo pode contribuir significativamente para o surgimento da caspa. A aplicação de produtos em excesso pode obstruir os folículos capilares, aumentando produção de sebo. Isso não apenas intensifica a descamação, mas também pode levar a outros problemas capilares, como queda de cabelo.
5. Usar sempre o secador de cabelos
Especialistas afirmam que o calor intenso estimula as glândulas sebáceas a produzirem mais óleo, o que pode levar à inflamação da couro cabeludo e, consequentemente, à descamação que caracteriza a caspa. E você, definitivamente, não quer isso, né?
Durante o tratamento da caspa, é aconselhável reduzir o uso de secadores e optar por secar os cabelos naturalmente sempre que possível. O calor do secador pode agravar a oleosidade e irritar ainda mais a couro cabeludo, criando um ciclo vicioso que dificulta a recuperação.
6. Usar qualquer marca de Shampoo anticaspa
Algumas marcas, embora prometam ao contrário, agravam o quadro de caspa. Especialistas, como o dermatologista Osmar Catharin, alertam que shampoos com pH inadequado, especialmente aqueles que são muito alcalinos, podem prejudicar a saúde do cabelo. Isso ocorre porque esses produtos podem remover a oleosidade natural, levando a um efeito rebote onde a produção de sebo aumenta, resultando em mais caspa.
7. Ingerir bebidas alcoólicas
O consumo de bebidas alcoólicas pode ter um impacto negativo significativo na saúde da pele, incluindo o agravamento da caspa, que é muitas vezes associado à dermatite seborreica. Estudiosas afirmam que o álcool desidrata o corpo, inibindo a produção do hormônio antidiurético (ADH), o que resulta em perda de água e pode levar ao ressecamento e descamação da pele.
Sendo assim, essa desidratação não afeta apenas a pele do rosto, mas também pode agravar condições no couro cabeludo, contribuindo para a formação de caspa.
8. Estresse
Especialistas, como a tricologista Viviane Coutinho, explicam que o estresse envolve as defesas naturais do corpo, dificultando a luta contra fungos e bactérias que podem proliferar na couro cabeludo. Isso resulta em inflamações e um desequilíbrio na microbiota capilar, levando ao surgimento de caspa e descamações. Além disso, o estresse pode reduzir o fluxo sanguíneo e a oxigenação, resultando em menos nutrientes para os fios, o que pode agravar ainda mais a situação.
Além do impacto direto na saúde do couro cabeludo, o estresse e a ansiedade também influenciam o ciclo capilar, aumentando processos inflamatórios e contribuindo para a queda do cabelo.
9. Lavar os cabelos em excesso
Lavar os cabelos em excesso não é causa de caspa, mas a frequência de lavagem desempenha um papel importante na gestão dessa condição. A dermatologista Cintia Guedes destaca que, ao manter uma rotina de lavagem regular com água morna, é possível controlar a oleosidade e, consequentemente, a rotina de microrganismos que agravam a caspa.
10. Hormônios alterados
A caspa é uma condição que pode ser influenciada por alterações hormonais, especialmente durante períodos de mudanças significativas no corpo, como a puberdade. Os hormônios desempenham um papel crucial na regulação das glândulas sebáceas, que produzem sebo.
Dessa forma, quando há um desequilíbrio hormonal, a produção excessiva de sebo pode ocorrer, criando um ambiente propício para o crescimento do fungo Malassezia globosa. Este microrganismo quebra o sebo em ácido oleico, que pode irritar a couro cabeludo, levando à descamação e, consequentemente, à caspa.
Especialistas afirmam que cerca de 50% da população pode ser sensível ao ácido oleico, o que aumenta a probabilidade de desenvolvimento da caspa em indivíduos com desequilíbrios hormonais.
11. Prender os cabelos ainda molhados
Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, não se deve fazer coques ou prender os cabelos ainda úmidos ou molhados para evitar a caspa. Deixar o cabelo molhado pode causar caspa porque um ambiente úmido é o terreno ideal para fungos. A caspa é apenas uma condição que pode se desenvolver nessas situações. Portanto, é fundamental evitar essa prática. Combinado?
12. Usar produtos químicos diretamente no couro cabeludo
O dermatologista Francisco Le Voci destaca que tratamentos químicos, como alisamentos, podem resultar em uma maior descamação da couro cabeludo. Isso ocorre porque esses produtos podem alterar a produção de sebo e a saúde geral do couro cabeludo, levando a um desequilíbrio que favorece a deficiência de fungos, como a Malassezia, que se alimenta do excesso de óleo e sintomas para a formação da caspa.
Além disso, vale dizer que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta sobre os riscos associados ao uso inadequado de produtos químicos, que podem causar irritações e reações adversas severas. O uso de substância como o formol, que é proibido como alisante capilar, pode resultar em queimaduras e outros danos à couro cabeludo, aumentando os problemas como a caspa.
13. Uso frequente de chapéu
O uso de boné, chapéu ou qualquer tipo de adereço na cabeça pode agravar a caspa. Segundo o dermatologista Baltazar Sanabria, da Clínica Sanabria, usar boné, chapéu ou até gel de cabelo pode ser um fator agravante para a caspa:
“Quando o paciente estiver com o cabelo úmido ou molhado é muito importante evitar o uso desses adereços. A umidade pode ser um meio benéfico para o tratamento de alguns tipos de fungos e pode provocar uma piora da caspa que o paciente já tem“. Por fim, a dermatologista Pietra Martini complementa que “tudo o que atrapalha a respiração do couro cabeludo, deixando-o abafado, quente ou úmido, pode piorar a caspa“.
14- Consumo excessivo de gordura
Conforme especialistas, o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura e açúcar, como carnes vermelhas, alimentos processados, doces e biscoitos recheados, pode piorar significativamente a caspa. Isso acontece porque esses alimentos podem desencadear respostas inflamatórias no corpo, que se refletem na condição do couro cabeludo. Logo, o ideal é evitar o consumo excessivo desses alimentos.
15- Fatores genéticos
Por fim, os fatores genéticos também podem ser responsáveis pelo aparecimento da caspa. De acordo com especialistas, pessoas com essa predisposição tendem a produzir mais sebo do que o normal pelas glândulas sebáceas, o que pode causar inflamação na couro cabeludo.
Agora, se você não sabia de nada disso, provavelmente também vai levar o maior susto com essa outra matéria: 5 maiores mentiras sobre cabelos que já contaram a você.
Fontes: Sanabria, Santa Casa Maringá, CNN Brasil, Headand Shoulders, Dra. Angélica Pimenta, Veja Saúde, Tua Saúde, Cidade Verde, DermaClub
