O caso Kathlen Romeu alcançou um novo resultado na última segunda-feira (13). No dia, 5 policiais militares receberam denúncias do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, pela morte da jovem Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos. O crime aconteceu em junho de 2021, no Complexo do Lins de Vasconcelos, zona norte. Kathlen estava grávida e ficou ferida após uma operação policial na comunidade em que estava.
Nesse sentido, os principais acusados pelo MP foram o capitão Jeanderson Corrêa, o 3° sargento Rafael Chaves de Oliveira e os cabos Rodrigo Correia de Frias, Cláudio da Silva Scanfela e Marcos da Silva. Da mesma forma, também pediram a prisão preventiva dos 4 últimos oficiais citados. O motivo foi uma acusação de terem alterado o local da morte de Kathlen.
Caso Kathlen Romeu: 4 policiais recebem acusações
De acordo com a informação reunida até então, os oficiais acrescentaram 12 cartuchos calibre 9 milímetros deflagrados, bem como um carregador de fuzil 566 com 10 munições intactas antes que a perícia chegasse. No mesmo dia, o material precisou de apresentação na 26ª Delegacia de Polícia. O objetivo dos agentes teria sido simular uma troca de tiros entre eles e os criminosos do Complexo. Contudo, os 4 estão sendo acusados de fraudes processuais e falso testemunho.
O único que não teve o pedido de prisão decretado até então foi o capitão Jeanderson Corrêa. Contudo, o oficial foi denunciado por fraude processual de forma omissiva. Assim, na denúncia, consta que ele estava no local, e como superior dos outros agentes, se omitiu ao invés de instruí-los corretamente. Além disso, a investigação da Polícia Civil concluiu que o tiro que matou Kathlen veio de um PM. Por outro lado, apesar da acusação, a análise não aponta que ele teria, de fato, atirado na jovem.
Logo depois da decisão do MP sobre o Caso Kathlen, a mãe da jovem, Jaqueline Oliveira, disse em uma entrevista que agora “está começando a ter um pouco de esperança”. A mulher comenta: “A verdade foi mostrada e, muitas vezes, essa verdade que a gente já fala desde o dia oito de junho foi confrontada. A verdade da minha mãe, a verdade das testemunhas. A verdade é uma só: o estado assassinou a minha filha.”.
Família de Kathlen se emociona ao falar da tragédia
O Caso Kathlen começou após a modelo e designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos, ser morta no dia 8 de junho, atingida por um tiro durante uma operação policial na comunidade do Lins, zona norte do Rio de Janeiro. Kathlen estava grávida de 14 semanas, e momentos antes da fatalidade, tinha até mesmo feito uma publicação em seu Instagram comemorando a gestação. O caso da jovem mobilizou as redes sociais.
De acordo com relatos de moradores, a jovem foi atingida por uma “bala perdida” durante o confronto entre policiais e bandidos. Contudo, a morte de Kathlen também resultou na apreensão de um carregador de fuzil, munição de calibre 9mm e drogas. A Polícia Militar revelou que a jovem estava na rua quando encontrada, e logo a levaram para o Hospital Municipal Salgado Filho, mas ela não resistiu. Logo depois, a instituição confirmou a morte de seu bebê.
A avó de Kathlen Romeu também chegou a dar entrevistas durante a época da fatalidade. Ela deu mais detalhes do caso, e segundo a senhora, iam visitar a tia da jovem.
Por fim, a senhora lamentou a enorme tragédia. “A minha rua tá muito perigosa, eu não queria ter perdido minha neta e perdi desse jeito estúpido. Eu perdi minha neta num tiroteio bárbaro. A garota tem um mês que saiu dali por causa desses perigos, por causa de tudo daquele Lins. Aquela minha rua tá muito perigosa. Eu não queria ter perdido minha neta e perdi desse jeito estúpido. Uma garota que trabalha, que estuda, formada. Só isso que eu tenho a dizer, eu não tenho mais nada”.