A tocofobia é um distúrbio de ansiedade que afeta mulheres, tanto as que nunca engravidaram quanto as que já estão grávidas, gerando um medo intenso de ter filhos ou enfrentar a gestação. Esse medo pode vir de várias fontes, mas a falta de informação ou o excesso de desinformação são grandes fatores.
Diante disso, muitas vezes, circulam notícias e relatos alarmantes, principalmente nas redes sociais, sobre casos de gravidez, mesmo com o uso correto de métodos anticoncepcionais. Por isso, é essencial buscar fontes confiáveis e checar a veracidade dessas informações antes de acreditar em qualquer relato.
E aí, vamos saber mais sobre a tocofobia? Boa leitura!
O que é a tocofobia?
A tocofobia é um distúrbio que afeta mulheres que sentem medo extremo ou pânico de engravidar ou de enfrentar o parto. Esse medo pode ser tão intenso que interfere na decisão de ter filhos, podendo levar algumas mulheres a evitar a gravidez por completo ou a optar por cesárea, mesmo sem necessidade ou indicação médica.
Diante disso, a tocofobia é considerada uma forma de transtorno de ansiedade, semelhante às fobias como à claustrofobia, em que uma pessoa desenvolve um medo irracional de determinadas situações.
É muito comum que mulheres nessa situação enfrentem crises de ansiedade e tenham pesadelos frequentes. Além disso, a vida sexual pode ser bastante afetada, já que o estresse emocional e físico interfere no desejo e no bem-estar geral. Entre os principais sintomas estão:
- ansiedade;
- acreditar que os métodos contraceptivos são falhos;
- ter ataques de pânico:
- realizar com frequência testes de gravidez;
- ter menos tolerância à dor;
- medo do parto;
A tocofobia foi oficialmente reconhecida como um distúrbio após a publicação de um estudo no British Journal of Psychiatry, da Universidade de Cambridge. Nesse estudo, a condição foi classificada em dois tipos principais: a tocofobia primária, que está ligada ao medo intenso de engravidar, comum em mulheres que nunca tiveram filhos, e a tocofobia secundária, que afeta mulheres grávidas que já passaram por uma experiência de parto, mas que desenvolveram um forte receio em relação a uma nova experiência de dar à luz.
Infelizmente, de acordo com a comunidade médica, esse distúrbio tem ganhado força devido à desinformação. Isso porque tem sido propagado, cada vez mais, informações falsas que alegam a ineficácia de métodos contraceptivos, como o anticoncepcional e pílula do dia seguinte, por exemplo. Portanto, o ideal é sempre consultar médicos e pesquisar em fontes realmente confiáveis.
Quais são as possíveis causas da tocofobia?
A mudança na dinâmica social e as prioridades das mulheres com certeza mudaram em relação ao século passado. Hoje, por exemplo, vemos as mulheres cada vez mais participativas no mercado de trabalho, algo que não era tão comum antigamente, já que seu trabalho principal era cuidar da casa, do marido, e dos filhos.
Logo, essa mudança na dinâmica social e no papel da mulher fica evidente ao analisarmos uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desde a década de 1970, houve uma queda significativa no crescimento populacional. Isso reflete diretamente em um menor número de mulheres engravidando, mostrando como a busca por maior autonomia, a entrada no mercado de trabalho e o acesso a métodos contraceptivos influenciaram essas decisões.
Além disso, é super importante mencionar que a desinformação é um grande empecilho. Publicações que questionam a eficácia dos métodos contraceptivos atuam como verdadeiros gatilhos para a tocofobia. Essa falta de informação pode gerar inseguranças e ansiedade nas pessoas que estão pensando em engravidar.
Por fim, é importante destacar a realidade de que, muitas vezes, a mulher acaba sendo a única responsável pela contracepção e pela solidão que pode acompanhar a maternidade. Em muitos casos, elas ficam encarregadas dos cuidados dos bebês, enquanto os pais se afastam.
E essa não é uma situação isolada: a taxa de abandono paterno é preocupante. De acordo com pesquisas do Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas, pelo menos 11 milhões de mulheres no Brasil criam seus filhos sozinhos. Um dado preocupante sobre e que potencializa esse distúbio.
Como a tocofobia pode impactar a vida da mulher?
Quando a gente pensa na tocofofia como um distúrbio, fica claro que esse é um problema que vai trazer impactos negativos na qualidade de vida da mulher.
Diante disso, é muito comum que mulheres tenham a sua vida sexual afetada, já que o medo de engravidar, mesmo tomando certinho os contraceptivos, é constante. Além disso, pode gerar episódios de ansiedade, algo extremamente comum nessa condição.
Outro ponto importante a ser mencionado é a desinformação que faz com que muitas mulheres utilizem diferentes métodos contraceptivos simultaneamente, algo que não é recomendado pelos profissionais de saúde. Várias situações levam a esse comportamento, e um dos principais fatores é a crença de que os métodos contraceptivos não são 100% eficazes.
Além disso, é muito comum encontrar relatos de mulheres que engravidaram usando o DIU, ou mesmo após a laqueadura. No entanto, somente informações isoladas não podem ser levadas em consideração, segundo a comunidade médica. Isso porque há um consenso de que os métodos não são 100% eficazes, o que não significa que casos isolados não possam acontecer. É o que a ginecologista Mariane Nunes explica:
A laqueadura tem uma taxa de falha de uma a cada mil mulheres. No caso do implante, é uma a cada 10 mil mulheres. Para quem só usa camisinha, a chance é de 18%. A gente vai avaliando os métodos, aliando a outros acompanhamentos para que a mulher possa ter melhor controle sobre isso e fazer uma escolha.
Portanto, a informação e um acompanhamento médico são fundamentais para sanar quaisquer dúvidas relacionadas a esse quadro, e também trazer um pouco de tranquilidade a mulheres nessas condições. Certo?
Qual é o tratamento da tocofobia?
Antes de tudo, é super importante buscar apoio médico. Se perceber algum dos sintomas que mencionamos, o ideal é procurar ajuda profissional, como de um psiquiatra ou psicólogo.
Existem várias opções de tratamento. Em casos mais leves, depois de uma avaliação, o profissional pode recomendar algumas sessões de psicoterapia. Essa abordagem ajuda a trabalhar os sentimentos e a desenvolver estratégias para lidar com as dificuldades.
Para as mulheres grávidas que estão com medo do parto, uma alternativa pode ser considerar uma cesariana. Essa opção pode ajudar a diminuir a ansiedade e proporcionar uma experiência mais tranquila em um momento tão delicado.
Por último, em situações mais sérias, além da psicoterapia, o psiquiatra pode indicar um tratamento que inclua medicação. Isso pode ser essencial para garantir que a pessoa receba o suporte necessário durante momentos desafiadores.
8 estratégias contraceptivas para quem tem medo de engravidar
1- Vasectomia
A vasectomia é uma cirurgia feita em homens que querem evitar a paternidade de forma permanente. É um método bem eficiente, com uma eficácia de 99,9%, de acordo com especialistas. Durante a cirurgia, que é rápida e aplicações realizadas sob anestesia local, os canais que transportam os espermatozoides são cortados, impedindo que eles se misturem ao sêmen.
2- DIU com hormônios
O DIU hormonal é um dispositivo super eficiente para evitar a gravidez. Ele é colocado diretamente no útero durante uma consulta com um ginecologista. O melhor de tudo é que sua eficácia chegue a impressionantes 99,8%. Além de prevenir a gestação, o DIU hormonal também pode ajudar no ciclo menstrual regular e reduzir cólicas.
3- DIU sem hormônios
Uma outra opção interessante é o DIU sem hormônios, perfeito para quem quer evitar uma gravidez. Ele oferece uma eficácia impressionante de 99,4%, o que o torna uma escolha bastante segura. Além disso, por não conter hormônios, é ideal para quem busca uma alternativa menos invasiva.
4- Implanon
O chip anticoncepcional, também conhecido como implante contraceptivo, é uma opção super eficiente para quem busca prevenir a gravidez. Segundo especialistas, ele apresenta uma taxa de eficácia de 99,95%. Isso significa que é uma alternativa segura e prática para evitar uma gestação indesejada.
Além disso, o chip é colocado sob a pele e pode durar até três anos, liberando hormônios de forma constante, o que facilita a vida de quem não quer se preocupar com métodos diários.
5- Tabelinha
A tabela é um método anticoncepcional que não envolve o uso de medicamentos, apenas se baseia nos dados da menstruação. A ideia é monitorar o ciclo menstrual e calcular os dias férteis e não férteis. Esse método pode ter uma eficácia de até 95% na prevenção da gravidez.
6- Laqueadura
É um procedimento bastante seguro e, segundo especialistas, sua eficácia chega a impressionantes 99,5%. Durante a cirurgia, as trompas de falópio são cortadas ou travadas, o que impede que os óvulos cheguem ao útero.
7- Camisinha
A camisinha é um dos métodos contraceptivos mais tradicionais e é disponibilizada gratuitamente pelo SUS. É uma ótima opção para evitar uma gravidez indesejada, alcançando até 98% de eficácia. Além de ajudar a prevenir a gravidez, ela também protege contra doenças sexualmente transmissíveis, o que a torna ainda mais importante.
8- Pílula, anel vaginal ou injeção anticoncepcional
Por fim, tanto a pílula anticoncepcional quanto o anel vaginal e a injeção têm uma eficácia impressionante de 99,7%. Consulte o seu médico e veja qual é a opção mais ideal para você.
E aí, o que achou do nosso conteúdo? Conta pra gente! Aproveite e leia também:
- Fonte: Rede São Luiz, G1 Globo, Tua Saúde
Referências Bibliográficas:
RODRIGUES, Maria Adriana Farias. TOCOFOBIA E ADOECIMENTO MENTAL DAS MULHERES. Anais do Práxis Itinerante, 2024.
MELLO, Rafaela Saragiotto Ferreira de et al. Medo do parto em gestantes. Femina, p. 121-128, 2021.
BORGOMONI, Ana Paula Silva et al. O Desafio de Atendimento a Mulheres com Transtorno de Ansiedade Fóbico relacionado ao Parto no Brasil. Anais do Encontro Nacional de Pós-graduação, v. 7, n. 1, p. 256-260, 2023.