A chamada mononucleose, ou como é popularmente conhecida doença do beijo, é uma doença causada pelo vírus Epstein-Barr, comumente transmitido através da saliva.
Contudo, apesar de ser conhecido como doença do beijo, a mononucleose também pode ser transmitida por objetos compartilhados com uma pessoa infectada, e não exclusivamente pelo beijo. Além disso, na maioria dos casos, a mononucleose é manifestada de forma assintomática. Mas, quando não, pode apresentar sintomas como febre, inchaço no pescoço, dor de garganta e irritação na pele. Além disso, o vírus pode levar a outras doenças mais graves.
Recentemente, a cantora Anitta compartilhou que recebeu o diagnóstico do vírus Epstein-Barr, causador da doença do beijo. A cantora contou que esse foi o momento mais difícil da sua vida, quando foi diagnosticada com a infecção. A revelação do diagnóstico da doença rendeu muita repercussão e a seguir vamos entender melhor o que é a mononucleose.
O que é a doença do beijo e suas causas?
A mononucleose infecciosa, nome da doença do beijo é uma doença causada por um vírus específico, chamado Epstein-Barr que é transmitido por meio da saliva. Então, sim ela pode ser transmitida através do beijo com uma pessoa infectada, mas também por meio de objetos como talheres, escova de dente, copos e outros que tenham contato com a saliva infectada.
Sendo assim, a mononucleose é relativamente comum, sendo frequente em cidades mais povoadas, e principalmente em épocas festivas, como o Carnaval, por exemplo. Além disso, é mais comum afetar pessoas com idades entre 15 a 25 anos de idade.
Segundo a infectologista Mirian Dal Ben, para o G1: “A mononucleose infecciosa é a apresentação mais comum da infecção pelo vírus do Epstein-Barr. A maioria das pessoas pega quando ainda é criança e as manifestações são bem mais tranquilas. Quando a pessoa pega na vida adulta, os sintomas são mais pronunciados”.
Sintomas
Como dito anteriormente, em boa parte dos casos, a infecção pelo vírus se dá de forma assintomática. Aliás, o que aumenta consideravelmente o número de afetados, já que as pessoas podem transmitir a doença sem ao menos saber que estão com o vírus.
No entanto, nos casos onde há sintomas, eles podem ser facilmente confundidos com outras doenças comuns. Os principais sintomas da mononucleose incluem:
- febre alta;
- dor ao engolir;
- tosse;
- dor nas articulações;
- inchaço no pescoço;
- irritação na pele;
- amigdalite;
- fadiga;
- Inchaço do fígado.
Diagnóstico da doença do beijo
Então, por se tratar de sintomas bastante comuns e que conferem com outras doenças, a mononucleose pode ser facilmente passada batida e tida como outra coisa. Sendo assim, o ideal é confirmar o diagnóstico. Para isso é necessário fazer alguns exames, como o sorológico para confirmar ou não a presença do vírus no organismo.
Além disso, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar que os sintomas evoluam para condições mais graves, mesmo que isso seja raro. Sendo assim, quanto antes descobrir a doença melhor, já que no estágio inicial é possível acompanhar mais efetivamente.
No caso da cantora Anitta, ela revelou o diagnóstico da doença no começo de dezembro, durante a festa de lançamento do documentário Eu, da Ludmila Dayer. Ela contou que recebeu o diagnóstico há cerca de dois meses, e que esse momento foi de longe a fase mais difícil de sua vida.
Aliás, no dia 1º de dezembro, Anitta precisou ser internada em São Paulo, o motivo da internação não foi revelado. Mas por causa da internação, a cantora teve que cancelar a apresentação que faria no mesmo dia na Farofa da Gkay.
Tratamento
Geralmente, pelo menos para a maioria das pessoas infectadas a doença se cura em cerca de semanas. No entanto, há uma parcela das pessoas com a doença que leva mais tempo para sarar. Algo em torno de meses para a pessoa recuperar totalmente a energia, sofrendo de um estado de fadiga mais longo.
Sendo assim, não há nenhum tratamento oficial para a mononucleose. O que tem é alguns remédios como corticoides que podem ajudar nos casos mais graves, com complicação com obstrução de vias aéreas, redução de plaquetas e ricos de hemorragia.
Possíveis complicações da doença do beijo
Segundo explicou Mirian Dal Ben ao G1, o vírus Epstein-Barr também pode causar outras doenças além da mononucleose. “Ao longo da vida, se acontece algum desbalanço nesse controle do vírus que o nosso sistema imune faz, e que pode acontecer por diversos motivos, isso pode fazer com que o vírus da mononucleose dê origem a outras doenças. Então alguns tipos de linfoma, alguns tipos de linfoma de Hodgkin, podem sem causados”.
Mas além disso, há uma longa investigação sobre uma possível ligação entre esse vírus e a esclerose múltipla, que afeta Ludmila Dayer, a responsável pelo documentário Eu. Segundo Ludmila, sua doença foi causada pelo vírus. Inclusive, Anitta revelou também que a convivência com a atriz foi muito importante para ela receber o diagnóstico precoce da doença.
Recentemente, um estudo da Universidade de Harvard resultou em uma evidência mais forte entre a relação do vírus com a esclerose, mas ainda não há uma confirmação. Aliás, o estudo realizado com mais de 10 milhões de pessoas revelou que quase todos os casos de esclerose se deram depois de uma infecção pelo vírus Epstein-Barr.
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Bibliografia:
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- OLIVEIRA, Juliana et al. O vírus Epstein-Barr e a mononucleose infecciosa. Rev Bras Clin Med. Vol.10. 6.ed ; 535-543, 2012