A mamografia é um exame de imagem essencial para identificar o câncer de mama, especialmente em estágios iniciais, quando as chances de tratamento bem-sucedidas são maiores. Ela é capaz de detectar alterações na mama que ainda não podem ser sentidas no exame físico, o que reforça a sua importância
No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde é que mulheres a partir dos 50 anos façam o exame a cada 2 anos, mas isso pode variar de acordo com o histórico familiar, a presença de outros fatores de risco e orientações médicas personalizadas.
Vamos saber um pouco mais sobre a mamografia? Boa leitura!
O que é a mamografia?
A mamografia é um exame de imagem amplamente recomendado por médicos e especialistas para a detecção precoce do câncer de mama. O interessante é que esse exame deve ser realizado mesmo que não haja nenhum sintoma aparente, justamente porque a identificação precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento.
Existem dois tipos principais de mamografia: a convencional e a digital. Ambas utilizam a análise das mães para garantir a captura de imagens claras, essenciais para um diagnóstico preciso. No entanto, a principal diferença entre elas está na forma como as imagens são processadas.
Na mamografia convencional, as imagens são capturadas em filmes, o que pode tornar o processo um pouco mais lento, já que é necessário aguardar a revelação dos chapas. Por outro lado, a mamografia digital é bem mais ágil, pois as imagens são enviadas diretamente para um computador, permitindo que o médico visualize quase que instantaneamente.
Como funciona a mamografia?
Para realizar a mamografia, todas as roupas da cintura para cima precisam ser retiradas. Em seguida, a mulher ficará de pé em frente a máquina especializada, momento em que a mama será posicionada no aparelho, entre duas placas que vão fazer a compressão durante o exame.
Depois, começa o movimento de compressão, que ocorre de modo gradual, na mama. O objetivo desse movimento é formar, justamente, uma imagem mais precisa de todos os ângulos da mama.
Em seguida, o exame de raio-X é realizado, capturando diversos ângulos da mama. Neste ponto, a mulher precisará ficar imóvel, e em alguns momentos até segurar a respiração para não ter nenhum tipo de contratempo na captura imagem.
Quando a mamografia é indicada?
No Brasil, existem diretrizes bem definidas para a recomendação da mamografia. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) orientam que mulheres sem sintomas façam o exame a partir dos 40 anos. Já o Ministério da Saúde tem uma abordagem diferente e recomenda a mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos.
Apesar dessa diferença, nada impede que o exame seja feito antes dos 40, especialmente se houver histórico familiar de câncer de mama, o que pode aumentar significativamente o risco. Nesses casos, o médico pode sugerir uma mamografia mais precoce ou a realização de outros exames complementares, como a ultrassonografia mamária ou a ressonância magnética, dependendo da necessidade.
Por isso, o acompanhamento médico especializado é fundamental. Só com uma avaliação personalizada é possível definir a melhor estratégia para cada mulher, levando em conta fatores como idade, histórico familiar e outros aspectos de saúde.
Quais condições a mamografia detecta?
1- Nódulos
A mamografia é um exame essencial para detectar nódulos nas mamas, pois utiliza raios-X de baixa dosagem que auxiliam a identificar as alterações no tecido mamário, muitas vezes antes de serem palpáveis.
Essa detecção precoce é crucial, pois permite identificar nódulos que podem ser benignos ou, em alguns casos mais graves, indicativos de câncer de mama. Por isso, quanto mais cedo esses nódulos forem descobertos, maiores serão as chances de um tratamento eficaz.
2- Assimetrias
Outro ponto importante sbre a mamografia é que este é um exame essencial para detectar assimetrias nas mamas, que são diferenças no tamanho, forma ou densidade entre as duas. Essas assimetrias podem ser sinais de condições benignas, como alterações hormonais, mas também podem indicar o desenvolvimento de algo mais sério, como o câncer de mama.
3- Calcificação
A calcificações são pequenos depósitos de cálcio que podem surgir em tecidos mamários. A maioria costuma ser benigna. No entanto, algumas podem indicar a presença de alterações pré-cancerosas ou até mesmo câncer em estágio inicial.
Durante o exame, essas calcificações aparecem como pequenas manchas brancas nas imagens, e, com base em suas características, os médicos podem determinar se são inofensivas ou se merecem uma investigação mais aprofundada.
4- Distorção na arquitetura mamária
Por fim, a mamografia é uma ferramenta essencial para identificar distorções na arquitetura mamária, que ocorrem quando há alterações na organização dos tecidos da mama, podendo ser um sinal precoce de câncer ou de outras condições benignas.
Essa alteração pode aparecer na imagem mamográfica como uma desorganização das estruturas normais da mama, sem que se forme um nódulo palpável.
11 mitos e verdades sobre a mamografia
1- A mamografia dói
Depende. Algumas mulheres, ao realizarem o exame, pode sentir, sim, um desconforto. Isso ocorre principalmente por conta da compressão, mas costuma ser bem rápido e aceitável. Caso o desconforto seja muito grande, é importante avisar o profissional que está realizando o exame.
2- Periodicidade dos exames
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e o Colégio Brasileiro Radiologia (CBR), entre 40 e 74 anos, mulheres dentro dos riscos habituais, devem realizar o exame anualmente.
No entanto, vale lembrar que o Ministério da Saúde vai de encontro a essa postura oficial e recomenda que o exame seja realizado a partir de 50 anos, a cada 2 anos.
3- Pré-requisitos para o exame
Um fato importante sobre o período que antecede o exame é a não utilização de produtos na região das mamas, a exemplo de talco e desodorante. Além disso, o uso de roupas leves é indispensável, pois pode facilitar o exame.
4- Mulheres com silicone não podem fazer o exames
Muitas mulheres acreditam que, por terem prótese de silicone, o exame não poderá ser realizado. No entanto, isso é um mito. Todas as mulheres, mesmo com prótese nas mamas, devem realizar o exame. De acordo com o médico Dr. Ricardo Silveira “as mulheres que colocaram silicone podem fazer mamografia tranquilamente”.
Pórém, ele chama atenção para informar o profissional durante o exame sobre a existência do silicone. Ao ser informado, o técnico precisará realizar manobras especiais, já que a presença desse corpo estranho, digamos assim, pode gerar uma dificuldade para obter a imagem completa da estrutura mamária.
Inclusive, em alguns casos, é possível que o médico passe exames complementares, a exemplo da ressonância magnética, a fim de ter uma visão ampla da mama.
5- Duração do exame
A mamografia é um exame geralmente rápido, levando cerca de 15 minutos para ser concluído. Durante o procedimento, as mamas são posicionadas no mamógrafo, que faz a ampliação para obter as imagens.
6- Existem contraindicações
Muita gente talvez não saiba, mas sim, existem algumas contraindicações para fazer a mamografia. A primeira delas é para mulheres grávidas. Durante o exame, elas precisam usar um colete especial na parte abdominal, e isso pode ser um pouco desconfortável.
Outra contraindicação importante é não ter atingido a idade mínima de 40 anos. Nesses casos, o exame só pode ser feito com autorização médica. Isso porque, geralmente, as mamografias são recomendadas a partir dessa idade para garantir uma detecção mais eficaz de possíveis alterações.
7- A mamografia causa câncer de tireóide
Recentemente, circulou uma série de fake news que fez com que muitas pessoas acreditassem que este exame poderia ser responsável pelo câncer de tireoide. Contudo, isso é apenas um mito.
Diante disso, não é necessário usar nenhum protetor na região do pescoço durante o exame. A quantidade de raios-X liberada pelo aparelho é extremamente baixa e, portanto, considerada segura. Assim, não há motivos para preocupação.
8- Mulheres com mama densa podem realizar esse exame
Algumas mulheres podem ter uma densidade maior nas mamas, e por isso a dúvida sobre a realização desse exame costuma surgir.
Porém, não existe nenhuma contraindicação quando se trata disso. O que pode acontecer, na verdade, é o pedido de alguns exames complementares pelo médico, a depender da circunstância e necessidade.
9- Autoexame não substitui a mamografia
Se você pensa que o autoexame nas mamas pode substituir a mamografia, tenha cuidado. Ao sentir alguma mudança na mama, a mamografia precisará ser realizada para verificar a existência ou não dessa alteração. Portanto, é verdade que o autoexame não pode substituir a mamografia.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Vilmar Marques de Oliveira, comenta que “o autoexame não é capaz de identificar lesões pré-malignas, lesões muito pequenas, antes de se tornarem câncer”. Por isso, é bem importante consultar um médico e solicitar o exame.
10- Mulheres amamentando não podem fazer o exame
Durante a amamentação, caso haja necessidade, é possível, sim realizar a mamografia. Neste caso, inclusive, não é nem necessário suspender a amamentação. No entanto, a recomedação principal sempre é a mesma: sempre converse com o seu médico.
11- Não se deve realizar o exame no período menstrual
É comum que o corpo, principalmente a mama, fique mais sensível durante o período menstrual. Isso pode causar um desconforto ainda maior durante o exame, já que existem relatos de que pode ser um procedimento doloroso. Porém, não há nenhuma contraindicação para fazer a mamografia durante o período de menstruação.
O INCA (Instituto Nacional de Câncer) já se posicionou sobre o assunto, afirmando, novamente, que o que pode acontecer, na verdade, é aumentar o desconforto já presente no exame.
E aí, gostou de saber um pouco mais sobre a mamografia? Conta pra gente! Aproveite e leia também: Sintomas do câncer de mama – Como identificar os primeiros sinais