Já ouviu falar no chamado DIU Mirena? Atualmente existe uma quantidade considerável de métodos contraceptivos, e este tipo de DIU é um dos mais famosos. Embora todos eles tenham a mesma finalidade, cada um deles age de uma forma.
No caso do DIU, por exemplo, se trata de um pequeno objeto plástico, em formato de T, inserido dentro do útero. Por ser um Dispositivo Intrauterino, muito se fala sobre a eficácia do DIU.
Contudo, surgem várias dúvidas a respeito, essas que vão desde a forma correta de introduzi-lo até as suas características específicas, que mudam de acordo com o tipo. Hoje temos disponíveis três tipos: o DIU de Cobre, o DIU Mirena e o novo queridinho, o DIU Kyleena.
Primeiramente, o DIU não hormonal (o de cobre), atua exclusivamente como uma barreira mecânica que impede o acesso do material genético masculino ao óvulo. Já o DIU Mirena, além de fazer essa barreira anticoncepcional, também pode ser usado no tratamento de algumas doenças. Isso porque ele é um método que faz o uso de hormônios. O DIU Kyleena, assim como o Mirena, também faz uso de hormônios.
Enfim, hoje vamos falar sobre este segundo método. Vamos contar como ele como funciona, quais são suas vantagens e desvantagens. Aliás, também vamos explorar alguns mitos e curiosidades a repeito do DIU Mirena.
O que é DIU Mirena?
Primeiro de tudo, o DIU hormonal, conhecido popularmente como DIU Mirena ou SIU, é um método contraceptivo considerado muito seguro. Isso porque o dispositivo produz reações inflamatórias no útero, devido à sua estrutura conter o hormônio progesterona. Aproximadamente, no produto contém cerca de 52 mg desse hormônio.
Este hormônio, por sua vez, é liberado aos poucos, durante o uso. Com isso, uma pequena quantidade da substância é absorvida pela corrente sanguínea, em média 20 mcg por dia. Contudo, assim como o DIU de cobre, a sua finalidade é impedir a gravidez.
Por mais seguro que seja esse método, ele não está livre de efeitos colaterais. Segundo a própria bula do DIU Mirena, cerca de dois terços das mulheres que faz o uso do dispositivo apresenta o bloqueio da menstruação.
O ponto positivo é que as chances de engravidar utilizando o DIU Mirena caem para 0,2%. Mas, além disso, também pode ser indicado como tratamento em casos de mioma uterino, endometriose e adenomiose.
No caso de sangramento menstrual idiopático excessivo, o levonorgestrel atua reduzindo o sangramento. E, mais do que isto, o contraceptivo hormonal também alivia a cólica menstrual.
Em outras palavras, o DIU Mirena atua por ação de hormônios, dificultando as ovulações. Ou seja, ele impede que os óvulos se fixem no útero, espessando o muco do colo uterino, formando uma espécie de barreira que impede os espermatozoides de chegarem até lá.
Além disso, o DIU Mirena tem efeito de proteção de até 5 anos. Ou seja, é um dos métodos mais indicados para quem procura uma forma segura e de longo prazo de contracepção hormonal.
Como é colocado o DIU Mirena?
Antes de optar pelo uso do DIU Mirena, é preciso a avaliação de um médico. Ele é quem irá dizer se este método é adequando para você, baseado no seu histórico médico e suas necessidades.
Feito isso, o DIU Mirena é inserido, em consultório, por um ginecologista. O processo é feito pelo órgão feminino, e dura de 15 a 30 minutos, no máximo. Não há necessidade de anestesia, sendo que a mulher sentirá apenas um leve desconforto durante o procedimento.
Sobre sua eficácia, como já mencionamos, o efeito do Mirena tem duração de até 5 anos. No entanto, caso a mulher mude de ideia, é possível retirá-lo a qualquer momento. Novamente, com a ajuda de um profissional médico.
Após a retirada do DIU, o seu efeito contraceptivo passa logo. Sendo assim, a mulher está apta a engravidar normalmente, como as que não utilizaram o anticoncepcional.
Embora seja um método muito eficaz, o DIU Mirena não é indicado para todas as mulheres. Desse modo, é indispensável uma avaliação médica antes de fazer o seu uso, para saber justamente se esse é o método contraceptivo correto para a paciente.
Quando colocar o DIU Mirena?
Antes de colocar o dispositivo, é preciso ter certeza que a paciente não esteja grávida. Após a confirmação, o DIU hormonal pode ser inserido em qualquer momento do ciclo menstrual.
Contudo, geralmente, ele é colocado durante a menstruação. Isso porque, neste período, o colo do útero fica mais dilatado, o que facilita a sua inserção. E, independentemente da fase do ciclo menstrual, sua eficácia é imediata.
DIU Mirena x Pílula Anticoncepcional
Embora os dois sejam métodos contraceptivos, cada um deles atua de uma forma no organismo. Sendo assim, fica difícil compará-los. Isso porque cada um deles apresenta concentrações diferentes de hormônios.
Contudo, o DIU hormonal libera 20 mcg de levonorgestrel ao dia, e a pílula comum costuma ter apenas 0,1 mg desse hormônio. Nesse caso, o DIU apresenta uma carga muito maior de hormônio feminino. Portanto, cada caso deve ser estudado para que as recomendações de uso ou do DIU ou do anticoncepcional sejam adequadas.
Quando o DIU Mirena não deve ser usado?
No geral, esse dispositivo pode ser usado por mulheres maiores de 14 anos e que tenham a vida íntima ativa. Porém, como já falamos aqui, ele não é indicado para todos os casos, havendo algumas exceções. Assim sendo, o DIU Mirena não é indicado se a mulher:
- Estiver grávida ou suspeitar que possa estar grávida;
- Tem doença inflamatória pélvica atual ou recorrente;
- Tiver infecção do trato genital inferior;
- Tem infecção do útero;
- Tem infecção do colo do útero;
- Percebe anormalidades celulares no colo do seu útero;
- Está ou suspeita de ter câncer do colo do útero;
- Tem tumores hormônio-dependentes;
- Ter sangramentos uterino anormal não-diagnosticado;
- Tem anormalidade do colo do útero ou do útero, incluindo miomas, se estes causarem deformação da cavidade uterina;
- Tem condições associadas com aumento de susceptibilidade a infecções;
- Tiver doença ou tumor do fígado;
- Souber de alergia ao levonorgestrel ou a qualquer componente do produto.
Possíveis efeitos colaterais do DIU Mirena
Assim como a maioria dos métodos contraceptivos, o DIU Mirena também pode apresentar efeitos colaterais. Estes incluem:
- Dores ou contrações uterinas, mais frequentes nas mulheres que nunca tiveram filhos;
- Pequena hemorragia logo após a colocação do DIU;
- Desmaio;
- Corrimento vaginal.
Contudo, o DIU hormonal, também pode provocar redução do fluxo menstrual ou até a ausência de menstruação. Em alguns casos, apresentando apenas pequenas saídas de sangue menstrual.
Outros efeitos podem ser notados com o aumento de espinhas, cefaleias, dores e tensão mamária, retenção de líquidos, cistos do ovário e até aumento de peso. Porém, não é certeza de que você terá esses efeitos caso faça uso do DIU, sendo apenas efeitos comuns que variam pelo organismo de cada mulher.
Vantagens e desvantagens do DIU Mirena
Não diferente dos outros métodos contraceptivos, o DIU Mirena também tem vantagens e desvantagens. Então, antes de optar pelo seu uso, é importante saber quais são os pontos positivos e negativos.
Vantagens do DIU Mirena
- Redução ou até mesmo suspensão da menstruação;
- Benefício a mulheres com endometriose ou que estão em fase de transição após a menopausa;
- Proteção contra o câncer de endométrio.
Desvantagens do DIU Mirena
- Provoca mudanças de humor e na libido, devido aos hormônios;
- É mais caro em relação ao DIU de Cobre;
- Sua eficácia pode ser afetada por antiepiléticos (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), antituberculostáticos (rifampicina), antirretrovirais (ritonavir ou nevirapina) e antibióticos (por exemplo, rifampicina, rifabutina, nevirapina, efavirenz).
4 Fatos sobre o DIU Mirena que você precisa saber
1. A colocação do DIU Mirena não é dolorida
Uma preocupação de quase todas as mulheres, afinal, é sobre a colocação do dispositivo, se há algum incômodo ou dor. Mas, a sua colocação é bem aceita pela maioria delas, não havendo muitas queixas. Aliás, o que pode haver é um incômodo e tontura após a colocação, o que é normal.
2. O DIU Mirena não prejudica na relação íntima
Outro ponto importante é sobre interferência na relação. Geralmente, o dispositivo não atrapalha em nada, uma vez que nem é sentido. Contudo, caso haja algum incômodo ou dor durante o ato, ou até mesmo sinta a sua presença, o ideal é procurar um ginecologista para verificar se o dispositivo está posicionado de forma correta.
3. O absorvente interno ou coletor menstrual não afetam o DIU Mirena
Como o DIU fica posicionado dentro do útero, e o absorvente interno e o coletor não chegam a esta profundidade, portanto não há contato entre eles. Isso porque o colo do útero fica entre os dois, separando-os. Contudo, ainda é preciso um cuidado para que o absorvente ou coletor não puxe os fios de remoção do DIU.
4. O DIU Mirena não protege contra IST’s
Assim como qualquer outro anticoncepcional ou método conceptivo hormonal, o DIU Mirena não protege contra Infecções sexualmente transmissíveis. Por isso, você não deve descuidar na hora das relações sexuais e utilizar sempre a camisinha, tanto masculina quanto feminina, para que mantenha relações seguras.
Mitos relacionados ao DIU
- Raramente conduzem a uma Doença Inflamatória Pélvica (DIP);
- Não aumentam o risco de contrair DSTs, inclusive HIV;
- Não aumentam o risco de aborto espontâneo quando a mulher engravida depois do DIU ser removido;
- O DIU não torna a mulher estéril;
- Não causam defeitos ou malformações de nascença;
- Os contraceptivos não causam câncer;
- Eles não se deslocam até o coração ou o cérebro;
- Não causam desconforto ou dor para a mulher durante a relação;
- Reduzem substancialmente o risco de gravidez ectópica (complicação em que o embrião se forma fora do útero).
Enfim, agora que você já está familiarizada com o DIU Mirena, talvez seja interessante saber mais sobre a pílula do dia seguinte.
Fontes: ABC Med, Minha Vida, Tua Saúde
Fonte Imagem Destaque: Women’s Health