História da moda: conheça a origem e a evolução pelos séculos

A história da moda surgiu com o renascimento europeu e desde então passou por inúmeras evoluções ao longo dos séculos.

A moda vem acompanhando os hábitos das pessoas desde meados do século XV, início do renascimento europeu. No entanto, a história da moda tem sua origem muito antes, por volta de 600 mil anos a.C. com o surgimento da roupa.

Dessa forma, a pele de animais começou a se usada para confeccionar as roupas, e depois foram sendo aperfeiçoadas, a exemplo do surgimento da tecelagem na Mesopotâmia. La, as roupas eram usadas enroladas ao corpo, e era possível tingir o tecido de diferentes cores.

E aí, vamos saber mais sobre a história da moda? Boa leitura!

Como foi o surgimento da moda?

A história da moda começa no século XV, em um período que compreende o Renascimento europeu. Antes disso, as roupas eram usadas de forma padronizada, desde a infância até a morte. Na Idade Média, as roupas usadas diferenciavam-se de acordo com a classe social, com leis que restringiam tecidos e cores apenas aos nobres.

Ao longo do tempo, com o crescimento da burguesia, os ricos, que não eram nobres, começaram a imitar o estilo de roupa da nobreza, o que obrigou os costureiros a produzirem estilos diferentes para fazer a diferenciação entre as classes. Uma das grandes razões para essa popularização da moda é que, na Revolução Industrial, no século XVIII, os custos dos tecidos foram reduzidos, permitindo que até os mais humildes pudessem comprar roupas melhores.

Inicialmente, as mulheres ainda eram limitadas a usar roupas sob medida, como vestidos longos com espartilhos e enchimentos. Porém, com o surgimento da alta costura na década de 1920, estilistas como Coco Chanel começaram a criar novos estilos, como cortes retos, cabelos curtos e roupas esportivas, e logo ganhou grande destaque.

Diante disso, nas décadas seguintes, a moda se democratizou ainda mais, com a indústria de cosméticos ganhando importância e os desfiles de moda se tornando cada vez mais populares. Hoje, esse se tornou um grande mercado, não é?

Exagero e extravagância na história da moda

A extravagância na história da moda tem um nome bem famoso: Luís XIV. O rei francês ficou conhecido por usar roupas extremamente exageradas e chamativas, com o objetivo de enfatizar a superioridade da França através da vestimenta.

Foto: Sindicato da Moda

Durante o reinado de Luís XV, as armações responsáveis ​​por dar volume às saias das mulheres francesas chegaram a proporções gigantescas. Os historiadores afirmam que era quase impossível duas mulheres ocuparem o mesmo sofá por conta de todo esse exagero.

Por fim, outro exemplo marcante de extravagância na moda é a época da Renascença, quando homens e mulheres se preocupavam em evidenciar algumas partes de seus corpos. Dessa forma, os homens usavam roupas que deixavam seus ombros visivelmente mais largos e as mulheres buscavam uma forma semelhante ao violão. O interesse das mulheres pelas suas cinturas foi essencial para o surgimento do corpete, que veio bem antes do espartilho.

Origem da alta-costura

A alta-costura começa na França, no século XIX, com o trabalho do costureiro inglês Charles Frederick Worth. Ele foi pioneiro em diversas inovações, como a criação de peças exclusivas, o lançamento de tendências, a elevação do costureiro à condição de artista e a realização de desfiles exclusivos com modelos para promover suas criações.

Além disso, esse estilista inglês é reconhecido por diversos feitos, dentre eles o de substituir a crinolina pela anquinha. Isto é, uma armação que era utilizada para dar volume aos quadris e o traseiro feminino.

Por fim, durante a Belle Époque, a silhueta das modelos de Charles fez o maior sucesso. Diante disso, o estilo que sobressaiu no período foi o de corpo ampulheta com volume nos ombros e quadris, e a cintura fina.

Influência das Grandes Guerras na história da moda

Primeira Guerra Mundial

O momento aterrorizante da primeira Guerra Mundial influenciou bastante na história da moda. Em primeiro lugar, o conforto nas roupas foi priorizado, visto que as mulheres tinham a função de trabalhar durante a guerra, sendo necessário o uso de roupas mais práticas.

Por outro lado, também houve o encurtamento das saias femininas, isso porque estava havendo a escassez de tecidos nas fábricas têxteis, sendo preciso encurtar as saias na altura do tornozelo. Além disso, os formatos dos chapéus também foram diminuídos, e eles se ajustavam bem ao corte de cabelo curto que era bastante usado na época.

Por fim, vale mencionar o papel das mortes e  luto decorrente da guerra. Tendo isso em vista, influenciou nos tons das roupas, os deixando mais sombrios.

Segunda Guerra Mundial

A segunda Guerra Mundial também teve papel crucial na evolução da história da moda. Na Europa, berço das grandes estilistas da época, muitas lojas tiveram que fechar. Além disso, o vestuário feminino assumiu um aspecto mais sóbrio e pesado. Nesse período da história, estava tendo o racionamento de tecidos.

Diante disso, as fibras sintéticas, viscose e raiom, serviram como alternativas para substituir os tecidos refinados. Posteriormente, ao final da Guerra, em 1946, surgiu o ready-to-wear. Era uma espécie de produção em escala industrial que permitia que um único modelo tivesse diversas numerações. Em seguida, esse conceito foi levado até a França, sendo nomeado como prêt-à-porter, revolucionando o conceito da moda.

Por fim, em 1959, o ítalo-francês Pierre Cardin desenvolveu a primeira coleção prêt-à-porter, em parceria com a loja de departamentos parisiense, Printemps. Desse modo, o objetivo era que os consumidores escolhessem sua peça de acordo com a sua numeração.

Surgimento de grandes nomes na história da moda

Chanel

A grande e importante Chanel foi fundada em 1910 por Gabrielle Coco Chanel, que abriu sua primeira loja de chapéus em Paris. Em 1913, a Chanel inaugurou sua primeira boutique em Deauville, onde começou a expor suas peças de costura, utilizando tecidos antes usados ​​apenas por homens, como a jersey.

Em 1915, Chanel inaugurou sua Maison em Biarritz e passou a desenhar coleções de alta-costura, empregando mais de 300 funcionários para atender a crescente demanda. Em 1918, a Chanel adquiriu o edifício no número 31 da Rue Cambon, em Paris, onde a marca permanece até hoje.

Foto: Fashion Blues

O grande sucesso da Chanel veio em 1921 com o lançamento do perfume Chanel N°5. A partir da década de 1920 a marca se expandiu rapidamente, incluindo perfumes, cosméticos, roupas, acessórios. Alguns dos ícones da marca, como o alfaiate de tweed e a bolsa 2,55, foram lançados na década de 1950.

Por fim, após um período difícil durante a Segunda Guerra Mundial, Chanel reabriu em 1954 e Gabrielle Chanel, aos 71 anos, decidiu afirmar seu estilo com peças marcantes, consagrando clássicos como o alfaiate de tweed. Dessa forma, a Chanel revolucionou a moda não uma, mas duas vezes, tornando-se um ícone atemporal da elegância e do bom gosto. Nisso, a gente não tem como discordar, não é?

Dior

Foto: Uai

A Dior foi fundada em 1946 por Christian Dior, um dos estilistas franceses mais importantes do século XX. Antes de criar sua própria grife, Dior trabalhou como assistente dos designers Robert Piquet e Lucien Lelong.

Em 1946, com o apoio financeiro do empresário Marcel Boussac, Christian Dior abriu seu ateliê na Avenida Montaigne, número 30, em Paris. O local permanece até hoje como sede da Dior. Antes de assinar o contrato para inaugurar seu ateliê, Dior encontrou uma estrela de metal em uma calçada na cidade de Paris, que se tornou seu amuleto da sorte e que por muito tempo acompanhou a sua história.

Em 12 de fevereiro de 1947, a Dior apresentou sua primeira coleção, batizada de New Look. Suas roupas, com silhuetas marcadas pela cintura e saias rodadas, causaram grande impacto na época, dividindo a moda em antes e depois. O luxo sem exageros e a feminilidade extrema propostas pela Dior conquistaram a imprensa e celebridades como Brigitte Bardot, Marlene Dietrich e a princesa Grace de Mônaco.

Desde o início, a Dior se consolidou como uma das marcas mais importantes do mercado de luxo, tornando-se queridinha de celebridades e fashionistas. Hoje, a grife oferece uma ampla gama de produtos, incluindo roupas, sapatos, bolsas, acessórios, perfumes e joias. Portanto, é associada a ideia de luxo e, com certeza, exclusividade.

Contracultura na moda nos anos 1960

A contracultura da década de 1960 foi um movimento cultural anti-establishment que se repetiu pelo mundo ocidental, almejando uma revolução na moda. Esse movimento rejeitava os valores e normas sociais estabelecidas, buscando maior liberdade de expressão.

Na moda, a contracultura se manifestou de diversas formas, como a ascensão da moda unissex, que desafiava as divisões tradicionais de gênero. A mini-saia em particular se tornou um símbolo da emancipação feminina e da busca por igualdade. As cores vibrantes, estampas psicodélicas e acessórios extravagantes também refletiam o espírito rebelde e otimista da época.

Por fim, vale dizer que essa revolução na moda dos anos 1960 deixou um legado, que inclusive inspira a moda contemporânea e a cultura popular até os dias de hoje. É muito interessante ver a moda nessa perspectiva, né?

Moda nos anos 1970

Estilo glam rock

Foto: Blog Kaloni

Esse estilo surgiu no Reino Unido no início da década de 1970 como uma reação ao rock progressivo e aos álbuns conceituais dominantes na época. O estilo se caracterizava por uma estética extravagante, com roupas, maquiagem e penteados excêntricos.

Visualmente, o glam rock mesclava influências diversas, desde o charme de Hollywood dos anos 1930 até a ficção científica e o misticismo antigo. Musicalmente, os artistas glam rock se baseavam em estilos como bubblegum, hard rock e rockabilly, criando uma sonoridade pop e acessível, em contraste com a complexidade do rock progressivo.

Por fim, nomes como David Bowie, T. Rex, Roxy Music e Sweet se destacaram nesse movimento que desafiava as normas estabelecidas e influenciou diversos artistas nas décadas seguintes.

Estilo disco

Foto: Dsigno

O movimento da discoteca se sobressaiu ao final da década de 1970, onde a música latina, funk e o soul influenciaram e muito a história da moda. Aqui, eram usados tops tomara que caia de lantejoulas, blusas halter neck de lurex e calças justas.

Diante disso, as ruas se encheram com tecidos elásticos sintéticos, vestidos de spandex e sapatos de salto alto com meias curtas. Por conseguinte, o estilo foi difundido no Reino Unido, com apoio da marca Swanky Modes, que tinha peças sensuais confeccionadas em lycra. Por fim, o Glam Rock e a discoteca tiveram seu fim em 1976, quando surgiu o Punk rock.

Estilo punk

O estilo punk surgiu no final da década de 1970 como uma reação à cultura pop e ao rock mainstream da época. Caracterizado por uma estética visual provocativa e uma atitude de rebelião, o punk rock se destacava por roupas rasgadas, cabelos espetados, acessórios com tachas e uma paleta de cores vibrantes como preto, vermelho e amarelo.

Essa aparência visual era acompanhada por uma sonoridade crua e agressiva, com letras que expressavam descontentamento com a sociedade e as instituições estabelecidas. Bandas como Sex Pistols, The Clash e Ramones se tornaram ícones do movimento punk, influenciando gerações posteriores com sua atitude iconoclasta e DIY.

Moda nos anos 1980

Exagero

Os anos 80 ficaram marcados pelo exagero e extravagância na moda. O estilo da década se caracterizava por looks alegres, coloridos e ousados, com peças que buscavam chamar a atenção. Ombreiras, mangas bufantes, calças de cintura alta e mini-saias eram algumas das tendências que refletem esse espírito exagerado.

A moda foi influenciada por diversos fatores, como os seriados de TV que exibiam mulheres glamourosas cobertas de luxo. Aqui, não há como negar que o jeans também alcançou seu ápice, conquistando status de peça sofisticada. Marcas famosas estampavam seus logos de forma bem visível, reforçando a ostentação. Até mesmo os sapatos acompanham essa onda, com botas e sandálias coloridas de plástico se tornando febre.

Ostentação

A moda dos anos 80 foi marcada por um estilo extravagante e de muita ostentação, com roupas extravagantes, estampadas e cobertas de acessórios. Essa tendência foi influenciada por seriados de TV como Dallas, que exibiam mulheres glamourosas usando joias e luxo em excesso.

A ostentação se manifestava em detalhes como logotipos de marcas estampadas em tamanho grande nas roupas. O jeans também alcançou seu ápice nessa década, conquistando status de peça luxuosa. Dá pra imaginar? Os shoppings centers se tornaram paraísos para os consumidores ávidos por novidades.

O exagero e o brilho voltaram com força total nos anos 80, deixando para trás o estilo hippie dos anos 70. A juventude resgatou tendências consideradas ultrapassadas, como roupas sob medida e vestidos de baile.

Moda feminina

Foto: Eu Total

A moda feminina dos anos 80 foi marcada por um estilo extravagante e ostentoso. As roupas eram maravilhosas, com cores vibrantes, estampas ousadas e muito volumosas, principalmente nos ombros. Essa tendência foi influenciada por seriados de TV como Dallas, que exibiam mulheres glamourosas usando joias e luxo em excesso.

Por fim, vale dizer que o exagero e a ostentação eram características definidas da moda feminina dessa década. Os logotipos de marcas eram estampados em tamanho grande nas roupas, e o jeans alcançou seu ápice, conquistando status de peça luxuosa. Os shopping centers se tornaram paraísos para os consumidores ávidos por novidades, refletindo o materialismo e a riqueza valorizada na época.

Estilo e cultura hip-hop

O movimento do hip-hop surgiu no final dos anos de 1960 e durou até o início dos anos 1980. Em suma, o movimento era voltado para a cultura afro-americana, e a preocupação com os problemas sociais enfrentados pelas populações urbanas.

Foto: Steal The Look

Logo, é notório que esse movimento impactou a história da moda, visto que roupas em tecido kente, e cores como verde, preto, amarelo dominavam o guarda-roupa da época.

Diante disso, foi em 1989 que Karl Kani desenvolveu a primeira empresa especializada em roupas da cultura hip-hop, com uma grife com o seu nome.

Alguns artistas, como LL Cool J, Public Enemy e Run-Dmc, auxiliaram na propagação de roupas esportivas e de rua. Logo, as grifes tradicionais começaram a ser rejeitadas pela comunidade do hip-hop.

Diversidade de estilos na moda dos anos 1990

A moda dos anos de 1990 é marcada por muita diversidade, em que diferentes estilos e composições conviviam juntos. Logo, jeans coloridos e blusas segunda pele eram fortes tendências. Destarte, a música também marcou esse período, o Grunge, subgênero do rock, influenciou os estilos. Diante disso, peças mais despojadas, como calças, bermudas largas e camisetas xadrez estavam muito presentes nos looks dos jovens.

Foto: Glamour

Ademais, um marco no estilo Grunge foi à coleção de Marc Jacobs, para a Perry Elis, marca de roupas esportivas americana. A coleção foi vista como um fracasso, e os consumidores não gostaram, isso porque tinha um caráter muito desleixado. Por outro lado, a moda dessa década foi marcada por releituras dos anos 60, com cores claras, e anos 70, com calçados plataformas.

Influência da globalização na moda

A globalização teve um impacto profundo na indústria da moda nas últimas décadas. Com a ampliação dos mercados e o trabalho da produção, a moda se tornou cada vez mais global, com tendências e estilos circulando rapidamente pelo mundo.

A globalização permite que a moda se liberte de antigas tradições e valores, dando espaço para novas culturas e identidades se expressem através das roupas. Isso fragmentou as paisagens culturais, permitindo maior diversidade e experimentação na moda. Ao mesmo tempo, para ser consagrada, a moda precisa se fazer global, deixando uma imagem de marca internacional.

Influência da tecnologia na moda

A tecnologia tem tido um impacto profundo na indústria da moda nas últimas décadas. Portanto, no design e criação, a modelagem 3D e a impressão 3D revolucionaram o processo, permitindo que designers visualizem e ajustem suas criações virtualmente antes da produção física. Isso agiliza o design e minimiza o desperdício de materiais.

Já a fabricação e produção, a automação e a robótica têm sido implementadas como linhas de produção, liberação de custos e prazos de entrega. Além disso, o desenvolvimento de tecidos inteligentes, com sensores integrados, deu origem a roupas mais confiáveis ​​e adaptáveis.

Por fim, no varejo, a realidade aumentada e virtual permite que os consumidores experimentem virtualmente as roupas antes da compra, minimizando as devoluções. Fora que é bem interessante ter uma ideia de como a roupa vai ficar no nosso corpo né?

Então, se você gostou dessa matéria, leia também: História da Balenciaga e seu império de luxo e glamour.

Fonte: Etiqueta Única, Brasil Escola

Bibliografia:

DANTAS, Gabriela Cabral da Silva. “O surgimento da moda”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/o-surgimento-moda.htm. Acesso em 05 de janeiro de 2022.

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